Depois de cinco anos, uma das entrevistas mais controversas da BBC virou um longa-metragem da Netflix. Lançado na última sexta-feira (5/4), o filme A Grande Entrevista revela os bastidores da entrevista do príncipe Andrew, terceiro filho da rainha Elizabeth II, sobre a acusação de abuso sexual e seu envolvimento com o magnata Jeffrey Epstein e Ghislaine Maxwell — o bilionário americano foi acusado e preso em 2019 por pedofilia, abuso e tráfico sexual de menores.
Conduzida pela jornalista Emily Maitlis, a conversa foi marcada pela tentativa do duque de York de se justificar e se esquivar das acusações de Virginia Giuffre. Em 2019, ela revelou que o príncipe teria abusado sexualmente dela quando era menor de idade.
Apesar das declarações da vítima e fotos que comprovam a relação com Epstein e Ghislaine, Andrew negou tudo e deu respostas desastrosas para garantir seu álibi.
No filme dirigido por Philip Martin, conhecido pelo trabalho em The Crown, o príncipe Andrew é interpretado pelo ator Rufus Sewell. No papel de duque de York, Rufus buscou interpretar a performance de Andrew durante a entrevista.
As perguntas foram baseadas na denúncia da vítima, que contou em detalhes como foi o encontro com o membro da realeza, em 2001. Em depoimento, Virginia Giuffre relatou que, na ocasião, o príncipe estava “muito suado”.
As respostas viraram a peça-chave do enredo. Sobre o suor, Andrew garantiu que não sofria dessa condição nos anos 2000, porque teria sofrido “uma overdose de adrenalina” quando atiraram em sua direção na Guerra das Malvinas, sendo esse o motivo que o impedia de suar.
“Eu tenho uma condição médica peculiar que não me deixa ou não me deixava suar”, respondeu o príncipe.
Quando foi perguntado sobre o dia em que ele teria se encontrado com Virginia, o príncipe relata que não faz sentido, uma vez que estava em um aniversário com a filha em uma rede de pizzaria de Londres. A jornalista não se convenceu e perguntou como Andrew guardava os detalhes de um dia de pizza comum.
Com outra resposta evasiva, o príncipe disse “ir a uma [pizzaria de rede] em Woking é algo incomum para mim, algo muito incomum. Eu só estive em Woking algumas vezes e, estranhamente, me lembro muito bem disso”.
Arrependimento?
O envolvimento do príncipe Andrew com Jeffrey Epstein e as acusações de abuso sexual renderam uma série de consequências negativas para a vida do membro da realeza. Com a repercussão, o duque de York deixou as funções reais, mas garantiu na entrevista que não se arrependia da amizade com o magnata americano.
Ele afirmou que a relação com o bilionário trouxe bons resultados em outras áreas e que isso não era motivo de arrependimento. “Ainda não [me arrependo da amizade com ele], em razão das pessoas que conheci e as oportunidades de aprendizado que tive com ele ou por causa dele foram muito úteis, na verdade”, disse Andrew, sem citar as vítimas.
Outro ponto que chocou o público foi o fato de Andrew reduzir os escândalos do amigo a algo inapropriado. “Inapropriado? Ele era um agressor sexual”, rebateu a jornalista
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