Uma pele desidratada pode significar falta ou capacidade reduzida de reter água. O resultado disso é uma cútis seca, com linhas de expressão em evidência, irritações, descamações e sem aquele brilho luminoso sobrenatural. Mas, aos preocupados de plantão, dá para reverter o quadro e a coluna Claudia Meireles te explica tintim por tintim o que é preciso fazer para posar com uma derme saudável e radiante.
Em conversa com a Vogue britânica, a esteticista Pamela Marshall afirmou que é importante a região estar bem hidratada, pois isso a torna menos vulnerável a marcadores inflamatórios, como acne ou vermelhidão. “A pele desidratada enviará mensagens às glândulas sebáceas para produzir mais sebo”, explicou. A especialista em beleza completou: “Esse excesso de sebo vai para a unidade pilossebácea, fazendo com que ela inche e inflame”.
Confira, a seguir, três passos simples para hidratar profundamente sua pele, de acordo com os experts em beleza abordados pelo portal britânico:
1 – Tudo começa com a dieta
Faça a combinação de dois fatores essenciais para hidratar a sua derme: beba bastante água e consuma alimentos ricos em ácidos graxos, conhecido popularmente como ômega 3. “Internamente, nossa pele é hidrofílica [tem uma tendência a se misturar com água] e lipofílica [atraída por lipídios], o que significa que precisamos de água e lipídios para mantê-la saudável”, disse Marshall. “Alimentos como nozes, sementes, abacates e peixes oleosos podem ter um efeito positivo nos níveis gerais de hidratação, bem como nos níveis dérmicos”, completou.
Caso não coma com frequência os alimentos fartos em ácido graxo, a esteticista aconselha tomar um suplemento de ômega-3, pois o lipídio não é produzido pelo corpo e deve ser consumido de forma externa. Estudos mostram que o alto potencial anti-inflamatório desse tipo de gordura, benéfica ao organismo, torna-o um aliado poderoso no quesito proteção da pele. Inclusive, combate até a radiação ultravioleta. Poderoso, o ingrediente tem a capacidade de amenizar as rugas e a perda do tônus da derme por funcionar como um hidratante natural.
2 – Distancie-se dos ativos!
Para ter uma pele realmente hidratada, Pamela Marshall orienta olhar também a fórmula dos cosméticos utilizados na rotina de cuidados com a cútis. Os componentes podem causar a desidratação ou a perda de água transepidérmica. “Mesmo que escolha todos os hidratantes do mundo, se utilizar excessivamente ingredientes como alfa-hidroxiácidos (AHAs), sempre sofrerá os efeitos da desidratação”, apontou a esteticista em bate-papo com o site britânicp.
Embora ativos como ácidos e retinol sejam ingredientes que fazem maravilhas pela derme, a expert ressaltou que a maioria dos consumidores não sabe como usá-los de maneira adequada. “Os ativos são como um pedaço de bolo – é maravilhoso de vez em quando mas, diariamente, causam estragos. Encontre um equilíbrio entre ativos, antioxidantes e protetores”, ensinou. À coluna, a dermatologista Adriana Vilarinho tirou dúvidas a respeito dos produtos de skincare. Segundo a médica das famosas, as fórmulas não devem ser aplicadas de qualquer jeito.
Aos adeptos da esfoliação, Marshall adora incorporar poli-hidroxiácidos (conhecidos como PHAs) em uma rotina de cuidados com a cútis. Os componentes proporcionam tudo o que um alfa-hidroxiácido (AHA) faz, como esfoliar e suavizar, só que de uma forma mais sustentável em longo prazo. Por terem peso molecular superior ao AHA, não irritam a derme e ajudam a reduzir a inflamação. Os elementos também atuam como antioxidantes e umectantes, que contribuem para proteger e manter a hidratação da pele, respectivamente.
Ao portal, a especialista Ifeoma Ejikeme sugeriu “ouvir a pele”. Se sentir que a cútis está desidratada ou irritada, pare ou pelo menos reduza drasticamente qualquer esfoliação. Opte por usar fórmulas que ajudem a reduzir a perda de água transepidérmica, fortalecendo a barreira da pele (como ceramidas e niacinamida). Produtos com esses componentes auxiliam na produção de colágeno e criam um bloqueio contra agentes externos.
Outra dica da esteticista é apostar em um produto suave, e não muito forte, para limpar a pele. Segundo Ejikeme, determinados componentes prejudicam a cútis e a irritam. Ao aplicar uma fórmula, fique atento às reações da derme, ou melhor, “escute-a”. Ela dará a resposta se o item fez bem ou não.
3 – Implemente hidratantes em sua rotina de cuidados com a pele
Embora algumas fórmulas dermatológicas tenham propriedades hidratantes incríveis, existem outras substâncias “milagrosas” a serem pensadas. “A glicerina atua como o fator de hidratação natural da pele. É barata, mas raramente ouvimos falar dela por ser ofuscada pelo ácido hialurônico”, revelou Ejikeme. O componente pode ser encontrado em vários produtos. Dentre as funções, está a capacidade de penetrar profundamente na cútis em relação ao AHA, sem contar que previne irritações.
A glicerina pode ser usada em todos os tipos de pele e não é comedogênica, portanto, pessoas com cútis oleosa e com tendência à acne podem usar sem receio, frisou a esteticista. Há também outros componentes aliados da derme, conforme acrescentou Ejikeme. Além do pantenol, é o caso do aloe vera, mais conhecido como babosa. A planta herbácea é formada por 96% de água e 4% de moléculas de carboidratos, ao penetrar na cútis restitui os líquidos perdidos. De acordo com um estudo publicado no Iranian Journal of Medical Sciences, o ingrediente contribui na retenção de umidade.
Contudo, Pamela Marshall destacou que a consistência e o uso prolongado são práticas que realmente fazem a diferença. “Precisamos entender que a maioria dos produtos para a pele lida principalmente com a camada externa (ou estrato córneo), composta de células maduras ou mortas, devido às regulamentações de cosméticos para segurança”, explicou a profissional à Vogue. “Isso significa que a maioria dos itens que usamos afeta apenas inicialmente a camada externa, o que, em curto prazo, não afeta a funcionalidade da pele. No longo prazo, porém, tem um efeito positivo”, concluiu a expert em beleza.
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