Ao contrário de muitos artistas, como Anitta, que são ativos em campanhas políticas, Ney Matogrosso explicou o motivo de não apoiar políticos de forma pública. Para ele, o palco não é espaço para gritar “fora” alguém.
“Porque não me interessa. Eu voto em quem eu quero votar, mas eu não quero esse compromisso. Prefiro não ser preso a nada para poder me manifestar até de uma maneira contrária, se for o caso. Teve um momento em que gritavam ‘Fora, Temer’ nos shows, mas, no palco, não vou gritar ‘fora’ a ninguém. Não é meu lugar para fazer isso. Eu odiava o Temer, mas não acho que o palco era o lugar para falar dele. Sou muito responsável com a minha palavra”, disse o cantor em entrevista a Quem.
O artista ainda criticou a onda de conservadorismo que vem consumindo o Brasil nos últimos anos.
“Eu acho que a sociedade não evoluiu, está é mais careta. Não vou falar ‘conservadora’, que não é essa a palavra. A palavra é ‘careta’. O Brasil sempre foi um país conservador. A gente se enganava com uma aparência, mas o interior do Brasil sempre foi conservador. Quando eu lancei ‘Balada do Louco’, lembro de um amigo dizer que ouviu a avó dele falar: ‘Como assim? Como esse cara tem coragem de dizer que é melhor não ser normal?’ Isso é uma experiência que ainda existe no interior do Brasil.”
Na entrevista, Ney também falou sobre a repercussão de uma publicação dele nas redes sociais. “Postar foto sem camisa ainda provoca? [risos]”, afirmou. “Olha, eu não sei como me vejo no imaginário das pessoas, não. Elas projetam muita loucura, né? Mas, eu não acho tão ruim… Eu mexo com coisas delas e elas reagem, também, jogando coisas em cima de mim. Mas não tem nada errado nisso”, disse.
