Rio de Janeiro – O juiz da 39ª Vara Criminal, Ricardo Coronha Pinheiro, determinou que o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC) explique, em 15 dias, possíveis referências ao senador Flávio Bolsonaro (Patriota) em depoimento prestado na CPI da Covid no Senado, no último dia 16.
Na última sexta (25/6), os advogados do parlamentar acionaram a Justiça e querem saber o que Witzel quis dizer ao declarar que “hospitais do Rio têm dono”. Segundo eles, em reservado, o ex-governador teria afirmado que sua fala se referia a Flávio Bolsonaro. Os advogados do filho do presidente sustentam que houve calúnia, difamação e injúria.
A defesa de Flávio também quer explicações sobre a declaração de Witzel de que “não é porteiro para ser intimidado”, se referindo ao assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
O porteiro do condomínio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na Barra da Tijuca, zona oeste, foi ouvido na investigação sobre o crime na Delegacia de Homicídios. A frase foi dita por Witzel quando o relator da CPI, Renan Calheiros, disse à presidência da comissão que o ex-governador estava sendo constrangido por Flávio durante a audiência.
“O governador desconhece o inteiro teor do processo. Quando ocorrer a notificação formal para que o mesmo apresente resposta à referida ação, a defesa se manifestará dentro do prazo legal”, afirmou Diego Carvalho Pereira, advogado de Witzel.
Em abril, Witzel sofreu impeachment por corrupção na área da saúde. Ele está inelegível até 2026. O ex-governador vai prestar novo depoimento à CPI da Covid, desta vez, em sigilo.