Em um gesto surpreendente, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), se descolou no presidente Jair Bolsonaro (sem partido) neste domingo (15/03) e repreendeu com veemência uma manifestação na capital do estado por causa dos riscos de alastramento da pandemia provocada pelo coronavírus.
Primeiro, Caiado lembrou que sempre combateu a esquerda. Afirmou também ser um dos principais apoiadores de Bolsonaro, que interagiu com os manifestantes em Brasília, apesar das recomendações contrárias a eventos desse tipo feitas pelo Ministério da Saúde. “Antes de ser governador de estado, eu sou médico”, lembrou.
Pedi aos manifestantes que encerrassem a manifestação em Goiânia e que poderiam fazer uma carreata. Temos uma pandemia de coronavírus e é minha obrigação como governador e médico zelar pela saúde do meu povo. Sempre apoiei as manifestações, mas é preciso ter responsabilidade. pic.twitter.com/ueYKIPcpjm
— Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) March 15, 2020
No meio da aglomeração, com um microfone na mão, o chefe do Executivo goiano mandou desligar o som do carro de som e, debaixo de vaias, cobrou responsabilidade dos presentes e alertou para os riscos de transformar Goiânia, com quatro casos confirmados até aquele momento, em “um ambiente de disseminação do vírus”. Em seguida, Caiado afirmou que baixara um decreto contra aglomerações.
“Não vai ter torcida em campo de futebol, não ter eventos no estado de Goiás e não vai ter carros de som nas ruas”, discursou. “Na hora que morrer um da família de vocês aqui, você vão ficar chorando na porta do palácio”, acrescentou. “Eu não preciso do voto de vocês, eu sou médico, eu trato é de vidas “, disse Caiado.
