TJGO: desembargador ataca Globo por “enaltecer” homossexuais; vídeo

Durante julgamento transmitido no YouTube, Jairo Ferreira Júnior criticou Rede Globo por "enaltecer homem com homem se beijando"

atualizado 09/03/2022 20:29

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Desembargador do TJGO Jairo Ferreira, Goiás Reprodução

Goiânia – Em sessão da Corte do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), um desembargador fez, na tarde desta quarta-feira (9/3), um discurso no qual criticou a TV Globo por abordar a homossexualidade. O caso em análise era a investigação disciplinar sobre um juiz que, em decisão, lamentou que “se relacionar com putas” não é mais “fato de boa reputação” e que ironizou o Supremo Tribunal Federal (STF), o PSol e o ex-deputado Jean Wyllys.

O desembargador Jairo Ferreira Júnior proferiu voto em defesa do juiz Thiago Brandão Boghi, da comarca de Santa Helena de Goiás. Por maioria dos votos (12 a 6), Thiago virou alvo de procedimento administrativo disciplinar (PAD) por registrar as declarações na decisão de um processo oriundo de queixa-crime de um homem contra uma mulher que o acusou de usar drogas e “estar com putas”, como mostrou o Metrópoles em setembro de 2021.

“Os senhores e senhoras já viram a coisa mais perniciosa e vulgar que é a Globo? De mostrar, propagar e enaltecer o homossexualismo [sic]. Mulher com mulher se beijando lá, homem com homem se beijando. Perniciosa”, disse o desembargador Jairo Ferreira Júnior nesta quarta.

Veja vídeo abaixo:

“Perversão”

A sessão, que teve início às 13h, foi transmitida pelo canal do TJGO no YouTube. Em seguida, o desembargador continuou suas críticas, mas tentou amenizar mesmo depois de usar “homossexualismo”, e não homossexualidade, para se referir a pessoas que se relacionam com outras do mesmo sexo.

“Nós temos que aderir simplesmente porque houve uma evolução no aspecto dos costumes sexuais. Não vou dizer que a coisa ficou pervertida porque antigamente a perversão existia e, talvez, até mais que hoje, mas era escondida”, afirmou o magistrado, enquanto era ouvido pelos demais colegas de toga.

Ainda durante o seu discurso, o desembargador voltou a usar expressões consideradas machistas. “O cara que era homossexual não saía do guarda-roupa. Hoje sai, pronto e acabou. Sai de mão dada lá no shopping center, de mão dada um com o outro companheiro, e ninguém tá [sic] nem aí”, afirmou Jairo.

“Não extrapolou”

“A gente vê bate-boca dos próprios ministros do Supremo. A gente vê deputado chamando ex-governador de ladrão e a gente rejeita a queixa-crime”, disse o desembargador, antes de concluir seu voto em defesa do juiz alvo do PAD.

Na avaliação de Jairo, Thiago não extrapolou sua conduta ético-disciplinar. “O doutor Thiago não extrapolou a conduta ética, não extrapolou o exercício da judicatura. Acho que sequer ele merecia um puxão de orelha ou advertência verbal. Existem coisas piores. Isso, para mim, é uma poeira, um vento”, ressaltou.

O Metrópoles não obteve retorno do TJGO e da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego) sobre as declarações do desembargador até o momento em que publicou esta reportagem. O portal também não conseguiu falar com os magistrados citados, mas o espaço segue aberto para manifestações.

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Prédio do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), no Setor Oeste, em Goiânia, Goiás
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), em Goiânia
Sede do Tribunal de Justiça de Goiás
Tribunal de Justiça de Goiás
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Sede do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Divulgação: TJGO
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Prédio do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), no Setor Oeste, em Goiânia, Goiás

Divulgação: Ascom/TJGO
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Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), em Goiânia

Divulgação/TJGO
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Sede do Tribunal de Justiça de Goiás

Divulgação: Ascom/TJGO
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Tribunal de Justiça de Goiás

TJGO/Divulgação

Decisão cita putas

O portal teve acesso à decisão do juiz Thiago, publicada pelo TJGO no dia 24 de setembro de 2021. No que diz respeito a relacionamentos com putas, ele afirma, também, que “o sujeito que praticava fazia questão de se gabar e contar para todos os amigos e era enaltecido por isso”.

“Lamentável como os tempos mudaram! Agora virou ofensa! Tempos sombrios!”, escreveu o magistrado, que decidiu em favor da ré, dizendo que os fatos narrados não constituíam crime.

Segundo os autos, o autor do processo acusou a ré de calúnia, injúria e difamação, afirmando que ela havia dito “abre esse portão, eu sei que o X [inicial trocada] está aí, e vocês tão com puta, cheirando pó e usando droga” na frente da casa dele. Ele também anexou transcrição de mensagens de áudio que a ré teria enviado para a namorada dele, acusando-o de “estar com putas” e “cheirando pó”.

Ao lembrar que a prostituição é a mais antiga das profissões, reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil desde o ano de 2002, o juiz também afirmou, na decisão, que existe um projeto de lei para regulamentar a profissão de prostituta “apresentado pelo ex-deputado federal Jean ‘Wyllys’ – o queridinho da Globo – pelo todo poderoso PSol, o queridinho do STF”.

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