A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, admitiu, no início da tarde desta quinta-feira (27/7), que só soube que o economista Marcio Pochmann vai presidir o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vinculado à pasta dela, quando o ministro Paulo Pimenta, da Secom, confirmou o nome para a imprensa, na quarta (26/7).
Pochmann é professor da Unicamp e considerado um economista heterodoxo, antiliberal. A iminente nomeação é criticada por analistas mais ligados ao mercado financeiro e pela oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo Tebet, o próprio presidente indicou o novo ocupante do posto na autarquia. A ministra ainda destacou que vai respeitar a decisão e o nome designado.
“Quero deixar muito claro que já havia um consenso, dentro do meu ministério e do Palácio do Planalto, de que nós faríamos, no momento oportuno, a troca do presidente do IBGE”, afirmou Tebet a jornalistas, ao chegar ao Ministério da Economia para se reunir com o colega Fernando Haddad.
“Também fui avisada, não é de agora, faz alguns dias, de que o presidente da República teria um nome e gostaria de fazer uma escolha pessoal para a presidência do IBGE“, seguiu a ministra, dizendo não ter perguntado o nome.
“O ministro Pimenta – não sabendo que, na reunião que tivemos com o presidente, não havíamos citado nomes – anunciou preliminarmente. E já está colocado. O nome será oficializado no momento certo, depois da conversa que teremos, na semana que vem, com o presidente Lula. Acataremos qualquer nome que venha”, ressaltou Tebet.
Segundo ela, “o próximo passo é, semana que vem, marcar uma reunião, quando a agenda permitir, com o economista e professor da Unicamp Marcio Pochmann, que agora eu sei o nome dele, e que terei o maior prazer de atender ao pedido do presidente Lula”.
“Quero antecipar que não faço pré-julgamentos. Porque já fui muito pré-julgada na minha vida profissional e política. Vou ouvi-lo primeiro. Eu não quero saber do passado, quero saber do presente. A conversa será técnica, e ele será tratado como técnico e será muito bem-vindo para a nossa equipe. E continuará no IBGE, enquanto estiver atendendo aos interesses da sociedade brasileira”, destacou Tebet.
Em sua fala, Tebet também fez questão de elogiar Cimar Azeredo, servidor de carreira do IBGE, que preside o órgão interinamente desde janeiro. “Um presidente técnico e que cumpriu uma missão exemplar, sem nenhum ruído, conseguindo fazer de um limão uma grande limonada, ao trazer e apresentar ao Brasil o Censo de 2022, que agora é de 2023.”
