São Paulo – O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, apresentou ao ministro da Saúde Marcelo Queiroga, neste sábado (22/5), um plano de ação para conter a entrada da variante indiana do coronavírus na capital paulista.
A proposta inclui a instalação de barreiras sanitárias em aeroportos, rodoviárias e rodovias, visando “atuar no trânsito de pessoas provenientes do Maranhão”. É no estado nordestino onde os primeiros casos da variante indiana foram identificados em território nacional. Mais transmissível, essa linhagem causou explosão de casos e mortes de Covid-19 na Índia.
As ações ocorreriam em conjunto com as prefeituras dos municípios vizinhos, mas também com a parceria do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Polícia Rodoviária Federal. Haveria, também, “triagem por parte das equipes de saúde na busca de sintomáticos, com medida de temperatura, no Terminal Rodoviário do Tietê e nas rodovias federais Fernão Dias e Presidente Dutra.”
Já nos aeroportos, o plano é emissão de alertas sonoros e visuais sobre sintomas, formas de prevenção e contenção da doença. Nas rodovias serão realizadas ações educativas.
Participaram do encontro o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, o secretário-adjunto da pasta, Luiz Carlos Zamarco, a equipe técnica da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da capital, o secretário executivo da Secretaria de Estado da Saúde, Eduardo Ribeiro Adriano, representantes da Anvisa, além do prefeito do município de Guarulhos, Gustavo Henric Costa.
Segundo o secretário Edson Aparecido, o ministro Queiroga adiantou que a iniciativa e as sugestões de São Paulo serão estudadas para serem disseminadas em âmbito nacional. Ele também afirmou que o ministro disponibilizou mais testes para a cidade de São Paulo. A pasta não deu detalhes de quando as ações serão colocadas em prática e nem de quantos exames serão fornecidos para a cidade.
Presença de variante indiana no Brasil
Até o momento, segundo a Secretaria Municipal de Saúde “não há qualquer evidência da circulação das cepas indianas no município de São Paulo. Por aqui, foram identificadas apenas duas variantes: P1 – Manaus e B.1.1.7 – Reino Unido.”
No entanto, um paciente do Ceará, suspeito de estar infectado com a variante indiana, esteve em um voo entre a Índia e o Brasil com conexão em São Paulo.
Segundo a Secretaria de Saúde do Ceará, antes de embarcar no avião, o paciente fez dois testes que deram resultado negativo para a doença. Nos dias 10 e 11 de maio, já em território brasileiro, repetiu os exames RT-PCR, que acusaram positivo.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) teve acesso às amostras do infectado e está fazendo o sequenciamento genético para concluir se ele teve ou não a variante indiana. O resultado deve sair até o fim da próxima semana.
