São Paulo – Uma jovem de 21 anos alega que foi atendida em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Praia Grande, no litoral de São Paulo, e saiu de lá com um caco de vidro alojado nas suas costas.
O pedaço de vidro que ficou preso em Maria Luisa Rangel não foi percebido pelos médicos e só foi removido do corpo da jovem depois de quase um mês. A mãe da jovem, Jamile Rangel, acusa a UPA de negligência.
Maria Luísa tinha procurado atendimento médico porque sofreu um acidente doméstico. A mãe dela, Jamile Rangel da Silva, 40 anos, usou as redes sociais para denunciar o caso. Ela explicou que a filha machucou as costas porque caiu em cima de uma mesa de vidro.
O acidente ocorreu quando a jovem caiu de um telhado na casa de uma amiga. O primeiro atendimento médico ocorreu na UPA Samambaia. Só que na unidade o médico não pediu que ela fizesse nenhum exame de raio-X e também não receitou qualquer remédio, de acordo com a mãe.
“Ela tomou 28 pontos e saiu da UPA sem nenhuma receita, mas ainda assim estava sentindo muito desconforto. Fui na UPA e solicitei o prontuário, para fazer uma denúncia, mas foi negado. Disse que chamaria a polícia e só assim me passaram o nome do médico”, afirmou Jamile.
Dores e secreção
Depois de cinco dias do atendimento, começou a sair uma secreção dos pontos feitos na jovem e ela foi levada para o Hospital Irmã Dulce. Ao chegar na unidade, Maria Luísa foi informada que isso seria normal e também não foi identificado que havia um vidro alojado nas suas costas.
Mesmo depois de retirar os pontos no dia 9 de março, a jovem não parou de sentir dor e voltou a um hospital no dia 14 de março, quando esteve em São Paulo.
Nesse pronto atendimento, a médica cirurgiã achou, enfim, o pedaço de vidro encravado nas costas da jovem e preparou os trâmites para a internação e a cirurgia de retirada do objeto.
“Minha filha ficou traumatizada e eu vou tomar os procedimentos cabíveis com relação ao médico que a atendeu primeiro na UPA de Praia Grande e não notou esse vidro, além de não ter solicitado ao menos um exame, e ela ter ficado com um vidro de 5 centímetros no corpo”, criticou a mãe da jovem em entrevista ao G1.
Investigação
Em nota, a Prefeitura de Praia Grande alegou que a UPA Samambaia é administrada pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM). Também informou que a Secretaria Municipal de Saúde vai abrir processo administrativo para apurar o caso.
Já a SPDM alegou que a paciente foi examinada, recebeu cuidados médicos e teve alta. O Hospital Irmã Dulce informou que pode esclarecer à família qualquer dúvida sobre a conduta médica de sua equipe.