Anvisa alertou governo sobre usar cloroquina só para fins descritos na bula

Remédio vem sendo defendido pelo presidente Jair Bolsonaro mesmo sem comprovação de eficácia contra a Covid-19

atualizado 24/08/2020 10:10

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hydroxychloroquine Samir Jana/Hindustan Times/Getty Images

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou ao Ministério da Saúde e ao Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos impactos da Covid-19 que a hidroxicloroquina fosse utilizada exclusivamente nas indicações terapêuticas já aprovadas e que constam na bula do medicamento.

Entre elas estão o tratamento de malária, lupus e doenças reumáticas, mas não a Covid-19. As informações foram obtidas via Lei de Acesso à Informação (LAI) pela newsletter Don’t LAI to me.

“Recomendamos […] que os comprimidos de hidroxicloroquina fabricados pelo Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército e pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos – Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, sejam destinados exclusivamente às indicações terapêuticas já aprovadas por esta Anvisa e que constam na bula do medicamento.

Não há comprovação científica de que a hidroxicloroquina seja eficiente no tratamento de pacientes com o novo coronavírus. Ainda assim, ela vem sendo fortemente vendida como solução pelo presidente Jair Bolsonaro para evitar mortes pela doença.

“Coincidência ou não, sabemos que não tem nenhuma comprovação científica, mas deu certo comigo. No mais, não existe nenhum medicamento ainda no mundo que tenha comprovação científica constatada. Então, é uma situação de observação, que deu certo comigo, deu certo com muita gente. Muitos médicos dizem que a hidroxicloroquina funciona. Não estou fazendo nenhuma campanha para o medicamento, afinal de contas, o custo é baratíssimo e, talvez, por causa disso, que tem muitas pessoas contra. E outras, parece, por questões ideológicas, parece”, acusou, durante transmissão ao vivo em 16 de julho.

Estudos nacionais e estrangeiros já descartaram qualquer relação entre a hidroxicloroquina e a recuperação de pacientes com a Covid-19.

Uma pesquisa da qual participaram cientistas dos hospitais Albert Einstein, Sírio Libanês e outras oito instituições descartou que haja benefício na admissão do fármaco em infectados com o novo coronavírus.

A sondagem foi feita com 667 pacientes hospitalizados com formas leves ou moderadas da Covid-19 em 55 hospitais brasileiros, com grupo de controle (que é medicado com placebo para avaliar a diferença). Participaram adultos em torno de 50 anos, a maioria do sexo masculino, sendo que 40% eram hipertensos, 21% diabéticos e 17% obesos.

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