Em nota, o Vaticano afirmou que as falas do papa Francisco demonstrando apoio à criação de leis para união civil entre casais homoafetivos são verdadeiras. No entanto, no comunicado, a Santa Sé defendeu que as declarações foram tiradas de contexto e que não mudam o posicionamento da Igreja Católica.
A fala de Francisco ocorreu em um documentário sobre o sumo pontífice. Na oportunidade, o papa defendeu que casais do mesmo sexo deveriam ser “legalmente cobertos”. “O que temos que criar é uma lei da união civil”, pontuou.
Os comentários de Francisco costumam enfatizar compreensão com a questão e acolhimento humano. Porém, algumas das colocações do líder máximo da Igreja Católica contrariam, por vezes, grupos mais conservadores da instituição.
O documentário “Francesco” estreia em Roma nesta semana e, na próxima, nos Estados Unidos. Em entrevista ao cineasta Evgeny Afineevsky, o papa disse que “os homossexuais têm o direito de fazer parte da família”.
Posicionamento é o mesmo da CNBB
Após a declaração do sumo pontífice, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) informou que a fala de Francisco demonstrava “humanidade”, mas “não muda em nada o ponto de vista doutrinal ou dogmático sobre a família”.
No texto, assinado pelo presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, dom Ricardo Hoepers, a entidade afirma que “o papa Francisco mais uma vez demonstra sua serenidade, voltando-se também às questões reais da vida cotidiana”.
“Ele tem uma sensibilidade pastoral tão aguçada que nos impressiona com seu nível de humanidade”, diz trecho da nota.
“A fala em questão trata-se de uma palavra em um documentário e, portanto, o papa fala com o coração aberto sobre os reais sofrimentos das pessoas de condição homoafetiva. Em uma sociedade que exclui com preconceitos e violência, é uma fala sobre dignidade e, acima de tudo, de respeito que devemos ter para com todas as pessoas”, frisa o texto.
