Reverendo nega pedido de propina e diz que oferta por dose era de US$ 11

Amilton Gomes de Paula, que intermediou tratativas entre o Ministério da Saúde e a empresa Davati Medical Supply, depõe na CPI da Covid

atualizado 03/08/2021 18:48

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Reverendo Amilton de Paula na CPI da Covid Hugo Barreto/Metrópoles

A CPI da Covid-19 votou, na manhã desta terça-feira (3/8), mais de 130 requerimentos de informação, convocação e quebras de sigilo. Após a parte deliberativa da oitiva, senadores deram início ao depoimento do reverendo Amilton Gomes de Paula — a quem coube intermediar as tratativas entre o Ministério da Saúde e a Davati Medical Supply, que ofertou doses de vacinas ao governo federal.

Entre os 135 itens na pauta, os parlamentares incluíram a transferência de dados telefônicos, fiscais, bancários e telemáticos de Dominguetti e de Cristiano Alberto Hossri Carvalho, procurador da Davati no Brasil.

Veja como foi:

O próprio reverendo também foi alvo de requerimento que solicita a quebra total de sigilo, assim como o líder do governo na Câmara, deputado federal Ricardo Barros. O congressista é investigado por denúncias de irregularidades no processo de aquisição da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde.

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Reverendo Amilton diz que negociou vacinas: “Nos usaram de maneira ardilosa”
Sessão da CPI da Covid-19
O reverendo Amilton de Paula é ouvido na CPI da Covid
Reverendo Amilton de Paula na CPI da Covid
Vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues
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Reverendo Amilton conversa com advogado na CPI

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Reverendo Amilton diz que negociou vacinas: “Nos usaram de maneira ardilosa”

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O reverendo Amilton de Paula é ouvido na CPI da Covid

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Reverendo Amilton de Paula na CPI da Covid

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Vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues

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Relator da CPI da Covid, Renan Calheiros

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Em depoimento aos senadores, o reverendo disse ter sido usado pela Davati nas negociações para a compra de vacinas. “Fomos usados de maneira ardilosa, para fins espúrios. Vimos um trabalho de mais de 22 anos de uma ONG ser jogado na lama, trazendo prejuízo à sua dignidade.”

Amilton fundou a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), uma organização não governamental (ONG) sem fins lucrativos. O nome da entidade foi citado pelo policial militar e vendedor da Davati, Luiz Paulo Dominguetti.

Dominguetti relata que contou com a ajuda da Senah para iniciar as tratativas com a Saúde, na comercialização de 400 milhões de doses de vacinas contra Covid-19. O negócio não teve andamento após discordância do policial com suposta cobrança de propina de US$ 1 por dose, pelo então diretor de Logística da pasta, Roberto Dias.

O reverendo negou que a Senah tenha participado das negociações para venda de imunizantes e negou qualquer pedido de propina. “Eu estava apenas indicando alguém que teria essas vacinas”, enfatizou.

Amilton ressaltou que a ONG serviu apenas de canal de comunicação entre a Davati e o Ministério da Saúde. “Eu desconheço a negociação de vacinas pela Senah. O trabalho da Senah é humanitário. Então, a priori, quando vieram conversar conosco, abrimos uma conversação porque esse preço a US$ 3,50 [por dose]… Diante da possibilidade de disponibilização de vacinas ao Brasil, nós os indicamos”, completou.

Divergência de valores

O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), questionou a diferença de valores ofertados pela Senah em comparação com a proposta oficial da Davati Medical Supply.

Segundo o reverendo, a primeira proposta da empresa norte-americana era de US$ 3,50 e, posteriormente, passou para US$ 17,50. Por fim, a companhia teria ofertado as doses de vacina por US$ 11.

Randolfe, no entanto, mostrou um documento oficial da Davati, datado de 5 de março deste ano, cuja o preço estabelecido por imunizante seria de US$ 10. Em carta enviada nove dias depois, o reverendo dizia ao então secretário-executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco que as vacinas custaria US$ 11 por dose. A diferença de US$ 1 por unidade é justamente o mesmo valor da suposta propina que teria sido cobrada por Roberto Ferreira Dias nas tratativas entre a Senah, Davati e a pasta.

“Conclusões inconsequentes”

Após ficar horas fora do ar durante o depoimento de Amilton de Paula à CPI da Covid, a Senah divulgou nota em defesa ao reverendo, que, segundo a ONG, se dispôs a cooperar apoiando o governo no esforço para a aquisição de vacinas no combate à Covid-19.

“Surpreendentemente nos últimos dias fomos envolvidos em denúncias de que nossa organização participou em esquemas fraudulentos na compra de vacina, fatos totalmente inverídicos e distorcidos da realidade, gerando conclusões inconsequentes”, diz a nota.

“Todas as denúncias serão devidamente esclarecidas no foro competente. Desde já agradecemos a todos aqueles que estão orando e pedindo a Deus por um mundo melhor”, complementa.

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