O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso disse na manhã desta segunda-feira (27/11), que há uma “cultura da desonestidade” no Brasil. Entrevistado em evento promovido pela Revista Veja, Barroso afirmou que é preciso impor um choque a esse modelo, que dá à sociedade a impressão de que o crime compensa.
Questionado sobre a restrição do foro privilegiado de parlamentares que respondem a processos criminais, o ministro comentou que o resultado do julgamento em curso no STF (já há maioria para a restrição) deverá ser aplicado também em instâncias inferiores, como os Superiores Tribunais de Justiça, que hoje julgam governadores. O julgamento foi suspenso por um pedido de vista de Dias Toffoli, mas, pelo entendimento de 7 dos 11 ministros, somente deverão tramitar na Corte processos de crimes cometidos no exercício do mandato e relacionados ao cargo.
Para o presidente da República e ex-presidentes, Barroso afirmou que valem as mesmas regras, ou seja, o foro fica mantido, tanto para o atual, Michel Temer, quanto para os demais que respondem a processos criminais, como Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor.