“O Judiciário e o MP não podem ficar acima do Legislativo”, diz Barros

Próximo a Bolsonaro, candidato à Presidência da Câmara, ex-ministro critica atuação de juízes e defende projeto contra abuso de autoridade

atualizado 24/01/2019 12:02

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JP Rodrigues

Paranaense de Maringá, o ex-ministro da Saúde Ricardo Barros (PP), 59 anos, inicia o sexto mandato na Câmara dos Deputados como postulante à presidência da Casa. Em sua trajetória, o parlamentar manteve relação estreita com todos os governos.

Marido da ex-governadora do Paraná, Cida Borghetti (PP), ele foi líder no Congresso de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), além de vice-líder na Câmara de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Roussef, ambos petistas. No governo Michel Temer (MDB), assumiu o Ministério da Saúde.

Ex-colega do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na Câmara, ele lança a sua campanha ao comando da Casa sinalizando para o entendimento também com a atual administração federal. “Sempre atuei dentro da visão de dar ao governante as condições de governabilidade”, declarou Barros em entrevista ao Metrópoles.

Confira a íntegra da entrevista: 

Por algum tempo, lembra Barros, Bolsonaro foi filiado ao PP. “Tenho boa relação com ele, excelente companheiro. Há um campo político e os progressistas são governistas, mas ele, como presidente [da República], é quem vai definir como vai se relacionar com o partido”, afirmou o deputado.

Na opinião do parlamentar, pelo menos por enquanto, as suspeitas em torno do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, não interferem na condução política do governo federal. No entanto, caso sejam confirmadas irregularidades, avalia, congressistas podem mudar de opinião para atender às bases eleitorais, que votaram contra práticas de corrupção.

Candidato crítico
Enquanto demonstra ao longo de sua carreira proximidade com o Poder Executivo, Barros se apresenta em campanha como crítico do Judiciário e do Ministério Público. Reclama, por exemplo, do auxílio-moradia recebido nos últimos anos pelos juízes. “O Congresso existe para decidir como se aplicam os impostos. Eles [magistratura] usurpam essa função nossa com uma canetada”, acusou o ex-ministro.

O deputado defende a votação de pautas de interesse do bloco conservador do Congresso Nacional, como os projetos relacionados a aborto, relação homoafetiva e escola sem partido. “Se nós não decidirmos, o Judiciário vai decidir”, advertiu.

Mesmo diante da crise fiscal que o país enfrenta, Barros acredita que a busca por uma certa isonomia entre as estruturas dos Três Poderes é urgente.

As sedes do Judiciário em Brasília, por exemplo, são “verdadeiros palácios” na opinião de Barros. Mas o Congresso, avalia o parlamentar, precisa aumentar o espaço de suas instalações para atender as cerca de 10 mil pessoas que transitam diariamente pela Câmara e pelo Senado Federal. “Os gabinetes são pequenos, uns 80 nem banheiro têm. Você conversa em uma sala e o deputado da sala ao lado ouve o que você está falando”, reclamou.

Apesar dos déficits nas contas públicas, o ex-ministro não considera “significativo” para o orçamento fazer cortes nas despesas de gabinetes dos congressistas. Nesse ponto, mais uma vez, ele aponta outro Poder, a Justiça do Trabalho, como área onde deve haver economia do dinheiro público.

Combate à corrupção
Barros afirma aguardar as propostas do ministro da Justiça, Sérgio Moro, sobre combate à corrupção. Mas discorda das 10 medidas formuladas pelo grupo de investigadores da Lava Jato. “O Judiciário e o Ministério Público não podem ficar acima do Legislativo”, considerou.

Na mesma linha de ação, o deputado posiciona-se contrariamente à prisão depois de condenação em segunda instância e adianta que, se eleito presidente da Câmara, vai trabalhar pela votação do projeto sobre abuso de autoridade, proposta que enquadra investigadores e interessa aos políticos acusados de corrupção.

Esta foi a segunda entrevista realizada pelo Metrópoles com candidatos à presidência da Câmara dos Deputados. Antes, o portal sabatinou o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG).

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