A passagem do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pelo Senado nesta quinta-feira (06/06/2019) causou irritação em parlamentares e ambientalistas que participavam de uma sessão solene em homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nessa quarta-feira (05/06/2019). Vaiado durante e após seu discurso, ele deixou o plenário sob gritos de “fica, fujão”.
O ministro alegou outros compromissos para deixar o Senado. Ao sair, minimizou o ambiente hostil encontrado: “A democracia é assim. Cada um pode ter a reação que quiser”, declarou Salles, que tem na agenda uma palestra no Clube Militar, no Rio de Janeiro.
O que se viu após a saída dele foi uma série de críticas. O líder da oposição do Senado, Randolfe Rodriques (Rede-AP), disse que o ministro “vomitou mentiras” e foi embora por “medo de escutar os ambientalistas” presentes na sessão. “A verdade é que o atual Ministério do Meio Ambiente, do senhor Jair Bolsonaro, ofende o Acordo de Paris e os tratados internacionais contra as mudanças climáticas”, pontuou o senador.
Também participaram da sessão, requerida pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e o ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), entre outras autoridades.
As vaias ao ministro do Meio Ambiente ocorreram principalmente quando ele negou haver um desmonte dos órgãos de controle ambiental, como Ibama e ICMBio. “O desmonte foi herdado”, disse Salles.
“Podem se manifestar à vontade! O desmonte foi herdado de gestões anteriores. Quem recebeu a fragilidade orçamentária, um déficit gigantesco de funcionários, frotas sucateadas e prédios abandonados fui eu. Portanto, se houve desmonte, foi antes, e não agora. Há uma tentativa de, através de uma boa gestão e investimentos mais eficientes, reverter esse quadro para que o seu papel seja cumprido”, reagiu durante o discurso.
