O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta sexta-feira (16/08/2019) que concorda com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a possibilidade de o Brasil abandonar o Mercosul, caso a chapa encabeçada por Alberto Fernandez, tendo como vice a ex-presidente Cristina Kirchner, vença as eleições argentinas.
De acordo com o chefe do Executivo nacional, o ministro está perfeitamente afinado com ele “por telepatia” e que a decisão estará avalizada. “O atual candidato que está na frente, que tem a Cristina Kirchner como vice, fez visita ao Lula e já falou que há uma injustiça ali. Então, o Paulo Guedes, perfeitamente afinado comigo, por telepatia, já falou: ‘Se criar problema, o Brasil sai do Mercosul’. E está avalizado, sem problema nenhum”, afirmou.
Segundo Bolsonaro, a ideia de abandonar o bloco econômico por questões ideológicas vem desde a campanha eleitoral, nas primeiras conversas com o então conselheiro.
“Durante a campanha, eu falava com o Paulo Guedes do viés ideológico, do meu sentimento e que tinha que acabar com o Mercosul. Nós chegamos, afastamos o viés ideológico. Contato excelente com o Macri [Mauricio Macri, atual presidente argentino], com o Marito [Marito Abdo, presidente do Paraguai]. No Uruguai, apesar de ser um cara lá da esquerda, deu para conversar numa boa”, ressaltou o mandatário da República.
Conforme entendimento do titular do Palácio do Planalto, com a economia do país vizinho afundando, a elite vai fugir da Argentina. Frisou ainda que o Rio Grande do Sul, estado fronteiriço, poderá virar Roraima, ao se referir à fuga de venezuelanos para o norte do Brasil.
“O Rio Grande do Sul pode se transformar em uma Roraima. Se a questão econômica afundar na Argentina com desemprego e recessão. E é um governo ditatorial esse do passado, a elite vai fugir imediatamente”, pontuou o presidente brasileiro.
