Doria admite disputar reeleição em vez de campanha ao Planalto

Recentes pesquisas apontam desvantagem do governador em relação aos mais cotados para chegar a um eventual segundo turno

atualizado 13/03/2021 9:40

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O Governador João Doria acompanha nesta sexta-feira (18) a chegada em São Paulo no aeroporto de Guarulhos, da terceira remessa da vacina Coronavac, desta vez num lote de 2 milhões de doses, enviados pela farmacêutica chinesa Sinovac Life Science Fábio Vieira/Metrópoles

Antes refratário à ideia de disputar a reeleição em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) admite agora abrir mão do projeto presidencial para concorrer a mais um mandato no comando do estado em 2022. Em recente conversa com o Estadão, Doria foi questionado se mantinha a determinação de não concorrer a mais quatro anos no Palácio dos Bandeirantes.

“Diante deste novo quadro da política brasileira, nada deve ser descartado”, respondeu o governador. É a primeira vez que o tucano admite a hipótese claramente.

O governador costumava enfatizar que, por princípio, era contra a reeleição. Também em entrevista ao Estadão, em novembro de 2020, ele afirmou de forma contundente que não disputaria um novo mandato. O cenário mudou muito entre as duas declarações.

No fato mais recente, a anulação das condenações impostas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato – que restabeleceu seus direitos políticos – projeta uma polarização entre ele e o presidente Jair Bolsonaro em 2022, o que tende a estreitar o espaço para candidaturas.

O otimismo que reinava no Palácio dos Bandeirantes em janeiro, quando foi aplicada a primeira vacina do Brasil em São Paulo, deu lugar à preocupação com o desgaste político causado pela adoção de medidas mais restritivas para combater a pandemia do coronavírus. Nas mais recentes pesquisas sobre o cenário eleitoral de 2022, Doria aparece em desvantagem em relação aos mais cotados para chegar a um eventual segundo turno.

Prévias

O PSDB marcou prévias referentes à disputa presidencial para outubro, um ano antes das eleições. Doria tem afirmado que acredita que legenda pode até apoiar um outro candidato em 2022 – além do paulista, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite é também cotado como potencial candidato tucano.

No plano estadual, as prévias ocorrerão um mês antes. O diretório paulista do PSDB se reunirá na semana que vem para deflagrar o processo no Estado, mas a ideia, segundo dirigentes tucanos, é que uma resolução garanta que se o governador optar pela reeleição tenha a vaga assegurada e não precise se submeter a uma disputa interna.

Apesar da garantia que vai receber do PSDB estadual caso decida concorrer a um novo mandato, Doria não abandonou seu projeto nacional. Nas conversas reservadas costuma lembrar que venceu nas únicas vezes que o partido recorreu às prévias: em 2016 na capital paulista, e em 2018 para o governo.

No PSDB paulista, porém, o debate sobre a alternativa reeleição já está estabelecido e divide aliados de Doria. Prefeitos do interior e litoral pressionam o governador para que fique em São Paulo, enquanto dirigentes da sigla pregam que não abandone o projeto presidencial.

“Esse momento de pandemia exige mais tempo de trabalho. A manutenção do mandato do governador Doria e de sua equipe é fundamental para a recuperação do Estado”, disse Marco Aurélio Gomes, prefeito tucano de Itanhaém. “Tenho certeza que Doria é o melhor candidato à Presidência para reconduzir o Brasil para o desenvolvimento”, rebateu o presidente do PSDB-SP, Marco Vinholi, que também é secretário de Desenvolvimento Regional.

Rodrigo Garcia

Questionado a respeito da reunião dos tucanos sobre prévias na semana que vem, Vinholi disse que o objetivo é sacramentar que o PSDB vai ter candidatura própria ao Palácio dos Bandeirantes, o que inviabiliza o apoio do partido a uma eventual candidatura do vice, Rodrigo Garcia, que hoje está no DEM. Se Doria optar pela disputa presidencial, terá que deixar o governo em abril, abrindo caminho para Garcia.

“As portas do PSDB estão abertas para o Rodrigo Garcia”, disse Vinholi. Neste cenário, o vice deixaria o DEM, teria a garantia de concorrer à reeleição e montaria um palanque sólido e unificado para Doria em São Paulo. Em 2018, o então governador Geraldo Alckmin não conseguiu levar o PSDB a apoiar seu vice, Márcio França (PSB), e viu sua base dividida no Estado.

A fila de nomes colocados pelo PSDB para disputar as prévias em São Paulo é puxada pelo ex-governador Geraldo Alckmin. Também estão na lista o próprio Vinholi, o presidente da Assembleia, Cauê Macris, e o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando. Essa disputa, porém, depende das decisões de Doria e Garcia. “Tenho convicção que o Rodrigo Garcia vai anunciar a filiação dele ao PSDB no máximo até abril”, disse Morando. Procurado, Garcia não se manifestou.

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Doria durante vacinação contra Covid-19 no Estádio do Morumbi
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Carlão Pignatari (primeiro à direita) em reunião com Doria e aliados no Palácio dos Bandeirantes em 2019

Divulgação/Alesp
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Doria durante vacinação contra Covid-19 no Estádio do Morumbi

Fábio Vieira/Metrópoles
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