O ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol se filiou ao Podemos em cerimônia realizada nesta sexta-feira (10/12) em um hotel de Curitiba (PR). Em seu discurso, ele reclamou de algumas decisões da Justiça e de alteração de leis que, segundo ele, “amarraram” o trabalho de procuradores.
“Nós vimos aprovação de regras que amarram o trabalho de procuradores e de juízes na investigação e no processamento de pessoas poderosas. Nós vimos passar regras que esvaziam as colaborações premiadas. Nós vimos passarem regras que amarravam e impediam as prisões preventivas da Lava Jato”, disse o ex-procurador do Ministério Público Federal (MPF).
Segundo Dallagnol, estas alterações tiveram um “efeito desastroso” ao anularem casos de corrupção. “É como se mudassem as regras após o final do jogo e aplicando para trás, para o passado”, afirmou.
Estavam presentes no evento a presidente nacional do partido, Renata Abreu, o ex-ministro Sérgio Moro, que também se filiou ao Podemos em novembro, e os senadores do Paraná, Flávio Arns, Oriovisto Guimarães e Álvaro Dias.
Durante o ato de filiação, Dallagnol não afirmou a qual cargo pretende ser candidato no próximo ano. Entretanto, Sergio Moro, Renata Abreu e Alvaro Dias afirmaram, em seus discursos, que ele deve ser candidato a deputado federal.
Assim como Dallagnol, Moro fez uma declaração e disse que o ex-coordenador da Lava Jato decidiu se filiar ao Podemos “porque viu caminhos fechados no Ministério Público”.
Sergio Moro também destacou que a eleição “vai representar mais do que diz um tribunal ou outro” e que “o julgamento público é que vai mostrar o que as pessoas realmente pensam”.
