Enviada especial a Buenos Aires – O ministro das relações exteriores, Ernesto Araújo, acredita que uma eventual vitória nas eleições presidenciais da Argentina do candidato de esquerda, Alberto Fernández, não prejudicará as relações do país com o Brasil. A ex-presidente Cristina Kirchner é candidata a vice-presidente na chapa de Fernández. “Se vier esse cenário (vitória da chapa de Kirchner), nós vamos ver isso. Mas eu não acredito que a indústria brasileira pode ser prejudicada por possíveis medidas protecionistas dela não”.
Durante toda esta quinta-feira (06/06/2019), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e a comitiva do governo do Brasil “pediram votos” para o atual presidente da Argentina, Mauricio Macri, numa verdadeira “campanha” brasileira para que ele seja reeleito.
“A gente não pode restringir esse apoio agora por causa de uma eventual hipótese lá na frente. Queremos um futuro promissor ao lado do presidente Macri”, afirmou Araújo.
Mais cedo, durante discurso na Casa Rosada, Bolsonaro pediu racionalidade aos argentinos na hora do voto e declarou seu apoio a Macri. Segundo o presidente, “existe algo mais importante a ser combatido, que é a questão ideológica”.
“Toda a América do Sul está preocupada, não queremos novas Venezuelas na região”, disse. Acompanhado do chefe do Estado vizinho, o brasileiro fez uma declaração à imprensa, após reunião a portas fechadas entre representantes dos dois países, que durou mais de uma hora.
Campanha
A visita de Bolsonaro ao país vizinho ocorre no início da campanha para reeleição de Macri, político alinhado ideologicamente com Bolsonaro. A declaração, portanto, ganha um tom político, dada a proximidade da escolha do novo mandatário do país. Recentemente, a ex-presidente Cristina Kirchner anunciou que será vice na chapa Alberto Fernández. Ambos são políticos de esquerda e contam com a simpatia do PT.
Reunião com Trump
Bolsonaro e o chanceler estão tentando agendar uma reunião entre os governos brasileiros e o presidente americano, Donald Trump. A ideia é que o encontro ocorra durante o fim de junho, no Japão, enquanto ocorre o evento do G-20. Macri e o presidente do Brasil querem estreitar as relações com os americanos.
