O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira (23/11) que foi alvo que algumas traições desde que assumiu o comando do Palácio do Planalto. Segundo ele, esses “traidores” terão o “atestado de óbito político” assinado nas eleições do próximo ano.
O chefe do Executivo federal comentou que houve traições por parte de políticos que foram eleitos pelo PSL, mesmo partido pelo qual ele chegou à Presidência. Em 2019, o presidente deixou a sigla após um racha interno. Desde então, ele está sem legenda (leia mais abaixo).
“Lamentavelmente, cada um quis seguir o seu destino e cobrar coisas de mim que não havia sido levado em conta por ocasião das eleições. Eu não vou ceder em certas coisas. E daí o pessoal resolveu atirar contra a gente. Mas tudo bem. Passa. Pode ter certeza que em cada estado do Brasil onde tenha um traidor o atestado de óbito político dele vai ser assinado no ano que vem”, afirmou o presidente, durante entrevista à rádio Portal do Correio, da Paraíba.
Filiação ao PL
Na mesma entrevista, Bolsonaro também disse que sua filiação ao Partido Liberal (PL), de Valdemar Costa Neto, está “quase fechada”. O chefe do Executivo federal, no entanto, evitou sacramentar o casamento com a sigla.
“Essas decisões [de candidatura] ficam pra última hora. Se bem que eu estou para decidir – estou atrasado – a qual partido que eu vou, que eu poderei, quem sabe, disputar uma reeleição no ano que vem”, declarou.
No início deste mês, Bolsonaro havia batido o martelo e decidido que iria se filiar ao PL. A cerimônia que formalizaria a filiação estava marcada para essa segunda-feira (22/11), mas foi cancelada. O motivo foi o incômodo do presidente da República com possíveis alianças estaduais do PL em 2022. Entre elas, em São Paulo, onde a sigla planejava estar ao lado de Rodrigo Garcia (PSDB), candidato de João Doria ao governo.
Na entrevista, Bolsonaro voltou a falar que falou com Valdemar Costa Neto na semana passada, durante agenda nos Emirados Árabes, para adiar sua filiação ao partido.
“Faltava acertar o maior diretório do Brasil, que é São Paulo. Ele tem um compromisso lá com o vice-governador e tinha que arranjar uma maneira, sem quebrar a palavra dele, de resolver esse assunto. Está praticamente resolvido. Eu converso com ele nos próximos dias e quem sabe… está quase fechado, mas na política só está fechado depois que fecha”, afirmou o chefe do Executivo federal, aos risos.
Carta branca
Na semana passada, dirigentes do PL se reuniram e deram “carta branca” a Valdemar Costa Neto para negociar a filiação de Bolsonaro.
De acordo com o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, eles confiam que um consenso será atingido de forma rápida e que ocorrerão conversas diárias entre o chefe da sigla e o presidente até a filiação. A previsão era de que, se tudo corresse bem, a filiação ocorresse até o fim do ano.
Na noite dessa segunda (22/11), durante conversa com apoiadores, no Palácio da Alvorada, o presidente foi questionado como serão as eleições de 2022. Nem o simpatizante, nem Bolsonaro falaram em filiação partidária, mas o presidente respondeu: “Eu vou decidir em março”.