Em conversa com apoiadores na manhã desta sexta-feira (12/3), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que estão retirando os meios de subsistência do povo e obrigando população a ser sustentada pelo Estado. Segundo ele, o povo não está valorizando a liberdade de forma suficiente.
“O que temos mais de sagrado é a nossa liberdade. O pessoal não está dando bola, até falei da parábola do sapo fervido. Parte da imprensa deturpou quando eu falei que era fácil impor uma ditadura no Brasil. Isso foi no ano passado que eu falei, naquela sessão que vazou”, lembrou o chefe do Executivo Nacional.
“Pessoal vai devagar, devagar, tirando seus meios, tirando tua esperança, tirando teu ganha-pão e você passa a ser obrigado a ser sustentado pelo Estado”, disse o presidente aos simpatizantes reunidos no Palácio da Alvorada.
A fala sobre a ditadura foi proferida pelo presidente em reunião ministerial no dia 22 de abril do ano passado. Na ocasião, Bolsonaro criticava governadores que adotaram medidas de isolamento social como forma de combater o novo coronavírus e disse que era fácil impor um regime ditatorial no Brasil.
“É fácil impor uma ditadura aqui, o povo está dentro de casa. Aí vem um bosta de prefeito que faz uma bosta de um decreto, algema e deixa todo mundo dentro de casa”, reclamou.
Auxílio emergencial
Em crítica velada a benefícios assistenciais, o mandatário comentou que alguns governadores estão falando em implementar um auxílio emergencial e Bolsa Família próprios.
“Você viu que tem governador que agora está falando em auxílio emergencial, né? E querem fazer o Bolsa Família próprio. Quanto mais gente vivendo de favor de Estado, mais dominado fica esse povo”, afirmou.
Em meio à pandemia de Covid-19, mais de 10 estados criaram programas de auxílio emergencial complementares ao oferecido pelo governo federal. Alguns dos estados prorrogaram os auxílios ou criaram novos benefícios este ano.
Enquanto isso, o programa implementado pelo governo federal foi encerrado em dezembro. Um novo pacote ainda é negociado pela equipe econômica.
Após aprovação da PEC Emergencial pelo Congresso Nacional, há expectativa pela edição de uma medida provisória com as condições para a concessão do novo auxílio emergencial.
Na última segunda-feira (8/3), o ministro da Economia, Paulo Guedes, adiantou que o auxílio deste ano terá o valor médio de R$ 250, por quatro meses. Para a família monoparental dirigida por mulher, o subsídio será de R$ 375; para casal, R$ 250; e para homem sozinho, de R$ 175.
A conversa desta sexta-feira de Bolsonaro com apoiadores foi registrada em vídeo por um canal no YouTube simpático ao presidente.