O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais na tarde deste sábado (26/2) para destacar as medidas do governo federal voltadas ao resgate de brasileiros que buscam deixar a Ucrânia. Cerca de 500 brasileiros vivem no país.
Mais cedo, o governo federal anunciou que dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) poderão ser usados na ação. De acordo com o Ministério da Defesa, duas aeronaves KC-390 Millennium estão “de prontidão. Os aviões se veem na Base Aérea de Anápolis (GO), mas ainda não há uma data certa para a decolagem.
“Nos próximos dias (ou horas), de acordo com o interesse desse grupo em retornar ao Brasil, acionaremos os meios de transporte que se fizer necessário, aviões comerciais ou, via FAB, os nossos KC-390”, escreveu Bolsonaro nas redes sociais.
Veja a publicação:
Entre sexta-feira (25/2) e este sábado (26/2), ao menos três trens partiram de Kiev, capital da Ucrânia, rumo a Chernivtsi, cidade no oeste do país, nas proximidades das fronteiras com a Romênia e a Moldávia.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, até o momento, 40 brasileiros conseguiram deixar Kiev de trem. Eles seguirão para a fronteira com a Romênia.
Polônia e Romênia são os destinos de 150 mil que fugiram da Ucrânia
Bolsonaro não comentou conflito
Desde que o conflito na Ucrânia começou, o presidente Jair Bolsonaro tem evitado se manifestar sobre a situação no Leste Europeu.
Na última semana, limitou-se a dizer que tem se esforçado para resgatar os brasileiros que vivem no país e que o governo torce pela paz na região.
Ele chegou a criticar o vice, Hamilton Mourão (PRTB), por ter se manifestado sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia. O general afirmou que o Brasil não concorda com a invasão do país ucraniano.
Durante transmissão ao vivo nas redes sociais, o chefe do Executivo brasileiro explicou que a competência para falar sobre assuntos do tipo é do presidente, não do vice.
“Deixar bem claro: o artigo 84 da Constituição diz que quem fala sobre esse assunto é o presidente. E o presidente chama-se Jair Messias Bolsonaro. E ponto final. Com todo respeito a essa pessoa que falou isso — e falou mesmo, eu vi as imagens — está falando algo que não deve. Não é de competência dela. É de competência nossa”, disse Bolsonaro.
Conflito entre Rússia e Ucrânia
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança.
Com autorização do presidente Vladimir Putin, tropas russas iniciaram, na madrugada de quinta-feira (24/2), uma ampla operação militar para invadir a Ucrânia. Em pronunciamento, ele fez ameaças e disse que quem tentar interferir no conflito sofrerá consequências nunca vistas na história.
Já são três dias de luta armada. Ao todo, 198 pessoas morreram e mais de mil estão feridas. O governo ucraniano afirma que 100 mil soldados russos estão no país.
Veja um resumo de como foi a última madrugada:
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