Artigo publicado no jornal americano The Washington Post argumenta que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) colocou o Brasil em uma “profunda crise” em meio à pandemia do novo coronavírus e que, por isso, ele deveria sofrer impeachment.
O texto, escrito pela antropóloga Rosana Pinheiro-Machado, da Universidade de Bath, foi publicado na noite desse domingo (29/03).
“Enquanto o novo coronavírus se espalha no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro demonstrou uma incapacidade alarmante de governar o país, minando a pandemia e os esforços para proteger e salvar vidas. E como resultado do comportamento irresponsável e divisivo, ele jogou o Brasil em uma profunda crise. Ele deve ser removido do cargo”, assinala Rosana.
A autora enumera uma série de atitudes praticadas pelo presidente durante os últimos dias que procuram justificar esse “comportamento irresponsável” do mandatário da República.
É o caso das manifestações do último dia 15 de março, quando Bolsonaro saiu do Palácio do Planalto para cumprimentar dezenas de manifestantes que pediam, entre outras coisas, a derrubada do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“Nos últimos dias, Bolsonaro contradiz seus próprios especialistas em saúde, chamando o autoisolamento de ‘confinamento em massa’ e a Covid-19 como ‘gripezinha'”, complementa Rosana.
Por fim, a antropóloga convoca os líderes políticos a avançar e votar o impeachment do presidente brasileiro. Com uma “profunda articulação”, ela vê a necessidade também de uma “transição cuidadosamente planejada”.
“O impeachment pode ser um processo político e jurídico difícil. (Os brasileiros há muito tempo viveram um processo politizado e injusto contra Dilma Rousseff, que chegou a um golpe.) Mas o caso contra Bolsonaro é à prova de balas. Hoje, ele representa uma ameaça existencial”, pontua.
