Análise: Flávio quer ganhar no grito, mas recebe freio da Justiça

Quebra do sigilo bancário do filho do presidente e de ex-assessor cria condições para se descobrir o que eles querem esconder da população

atualizado 14/05/2019 6:58

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Hugo Barreto/Metrópoles

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) parecia cheio de razão na entrevista publicada nesse domingo (12/05/2019) pelo jornal O Estado de S. Paulo. Acusou o Ministério Público de cometer irregularidades nas investigações que o envolvem e, com base sabe-se lá em que, disse que o processo deveria ser arquivado.

Um dia depois, os brasileiros descobriram que o caso segue em direção contrária às pretensões do parlamentar. Nessa segunda-feira (13/05/2019), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) anunciou ter autorizado a quebra do sigilo bancário de Flávio, de seu ex-assessor Fabrício Queiroz, de familiares e de empresas dos dois investigados.

A medida também atinge 88 funcionários lotados no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde exerceu quatro mandatos. Pesam sobre o senador e Queiroz suspeitas de apropriação de parte dos salários dos empregados e de ligações com milícias.

Sem nunca ter prestado depoimento ao Ministério Público sobre esse caso, o parlamentar até agora tentou ganhar no grito. Arrogante, nega-se a dar esclarecimentos aos procuradores, desvia-se das perguntas de jornalistas e age como quem tem certeza da impunidade.

O fato de ser filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) agrava seu comportamento. Pela força institucional do pai, as palavras de afronta ao Ministério Público adquirem tom de intimidação.

O escândalo em torno do gabinete de Flávio assombra a família do presidente desde antes da posse no Palácio do Planalto. Em dezembro de 2018, tornaram-se públicas as movimentações atípicas na conta de Queiroz identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Passados cinco meses, os envolvidos permanecem sem dar explicações para os brasileiros. Como se estivessem acima das leis ou se contassem com ajuda superior – por exemplo, do presidente da República.

Ao descortinar o submundo financeiro do gabinete de Flávio, a Justiça torna sem valor as declarações de domingo. Mais que isso, o despacho do TJRJ fragiliza a situação do senador e desgasta o discurso de ética feito pelo governo Bolsonaro.

Potencial destrutivo
A decisão do TJRJ força o parlamentar a frear a língua, a menos que resolva, também, intimidar os desembargadores. Essa possiblidade vai depender, em grande parte, do potencial destrutivo do fluxo de dinheiro nas contas dos investigados.

Em vez de arquivar o caso, como quer o parlamentar, o tribunal avançou uma casa na investigação e criou condições para se descobrir o que o senador e seu ex-assessor querem esconder das autoridades e da população. O comportamento dos dois leva a crer que fizeram algo de indefensável.

Por último, com a continuação das investigações, o país talvez tenha a resposta para uma pergunta simples que permanece há alguns meses sem resposta: “Onde está Queiroz?”

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