O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta segunda-feira (1º/11), que negocia filiação com o Republicanos, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, do pastor Edir Macedo. A declaração do presidente foi proferida em resposta a perguntas de jornalistas em Pádua, na Itália, após receber título de cidadão honorário de Anguillara Vêneta, cidade onde nasceu um de seus bisavôs.
“Tem três partidos que me querem, fico muito feliz. São três namoradas, vamos assim dizer. Duas vão ficar chateadas. O PRB [atual Republicanos], o PL e o PP, e cada dia um está na frente na bolsa de apostas. Quem sabe esta semana sai”, disse o presidente.
“Eu tenho que ter um partido. Não pode ficar pra última hora essa questão aí”, reconheceu. O prazo limite para filiação é março de 2022, seis meses antes do pleito de outubro.
“Quem sabe essa semana mesmo sai, eu tenho que ver com as outras duas namoradas, não podem ficar muito chateadas comigo. Eu vou casar e vai ser com uma só.”
Bolsonaro está sem partido há quase dois anos e já tentou negociar, sem sucesso, com outras siglas, como PRTB, PMB, Avante e Patriota. Ele deseja ter o controle dos diretórios regionais e o poder de indicar candidatos ao Senado Federal nas eleições do ano que vem.
Em novembro de 2019, Bolsonaro deixou o PSL após discordâncias com o comando do partido. Ainda assim, a maior parte dos deputados aliados do governo permaneceu na legenda em razão do risco de perda de mandato. É o caso do filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), por exemplo. Um grupo de cerca de 30 deputados deve acompanhar o mandatário na sigla para qual escolher se filiar.
Na última segunda-feira (25/10), o presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, divulgou um vídeo em que reitera a Bolsonaro, filhos e apoiadores o convite para filiação à sigla.
Na quarta-feira (27/10), Bolsonaro afirmou que “está mais” para PP ou PL, em relação à sigla que escolherá para integrar. No dia seguinte (28/10), ele recebeu no Palácio do Planalto o presidente nacional do Republicanos, o deputado federal e bispo evangélico Marcos Pereira (SP).
Republicanos, PP e PL compõem hoje a base de apoio do presidente no Congresso e possuem parlamentares ligados ao bolsonarismo em seus quadros.
