O corregedor do Senado Federal, Roberto Rocha (PSDB-MA), afirmou nesta quarta-feira (6/2) que vai iniciar as investigações sobre os 82 votos encontrados na urna durante votação para a escolha do presidente da Casa, no último sábado (2).
Segundo o tucano, imagens do dia da votação serão analisadas pela Corregedoria. Vários senadores pedem a apuração do caso desde o episódio.
Como a Casa tem 81 parlamentares, o registro de 82 votos poderia impugnar a eleição do presidente. Assim, o decano do Senado, José Maranhão (MDB-PB), que conduzia a votação no sábado, decidiu destruir as cédulas e começar a eleição novamente, e isso gerou protestos em plenário.
Candidato a presidente, o senador Esperidião Amin (PP-SC) foi um dos que se manifestaram mais firmemente contra o registro extra. Ele chegou a apresentar questão de ordem para que um juiz eleitoral fosse à Casa e se pronunciasse quanto qual seria a melhor solução. Outros parlamentares sugeriram só anular o registro a mais, e um terceiro grupo se manifestou pelo cancelamento da votação e início de novo processo eleitoral.
Durante a segunda votação realizada no sábado, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), favorito na disputa, ficou revoltado com as declarações de voto durante uma votação secreta, conforme determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e a clara mudança de registros de alguns aliados (especialmente do PSDB). Ao ver que poderia ser derrotado, o emedebista anunciou que não era mais candidato, abrindo vantagem para Davi Alcolumbre (DEM-AP) ser eleito pela maioria dos votos (42).
O líder do PSL na Casa, Major Olímpio (SP), anunciou que pediria as imagens das câmeras do plenário para descobrir quem tentou fraudar a eleição do Senado. Agora, a apuração está a cargo da Corregedoria da Casa.