Petrópolis – Em meio à busca por desaparecidos após a forte chuva em Petrópolis, na região Serrana do Rio, um pai carregava uma cesta com dinossauro. Aquele brinquedo era uma das últimas coisas que restaram do seu filho.
Desesperado para encontrar a criança nos escombros e lamaçal do Morro da Oficina, um dos mais atingidos pelo temporal, o homem pediu para uma vizinha guardar os pertences enquanto seguia tentando encontrar seus familiares.
O retrato desse pai, que mistura esperança e angústia, é o mesmo de vários familiares que estão na área procurando parentes e amigos. O morro sofreu com um deslizamento da encosta, na tarde dessa terça-feira (15/2), depois de cerca de seis horas de uma forte chuva sem parar.
Algumas famílias procuram mais de cinco parentes, presos nos escombros. Até o momento, o número de vítimas chega a 44. Na subida do Morro da Oficina, no Alto da Serra, mais de cem pessoas aguardam respostas dos bombeiros.
Sem escavação
O Corpo de Bombeiros, no entanto, pede para que as pessoas não tentem escavar por conta própria, já que a falta de técnica pode afetar o resgate de vítimas ainda com vida.
No local, moradores que não foram afetados já cogitam abandonar suas casas por precaução. Casas de outros familiares e amigos são opções. Os Bombeiros informaram sobre o risco iminente de um novo desmoronamento. Isso pode gerar um novo deslizamento de pedras e desabamento.
A orientação dada pelo coronel Leandro Monteiro, comandante-geral do Corpo de Bombeiros, é para que a população de Petrópolis não faça buscas por conta própria.
