O Ministério Público Federal (MPF) solicitou ao juiz federal Sérgio Moro que suspenda a transferência do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR). O ex-dirigente estava na Superintendência da Polícia Federal, também na capital paranaense. A decisão do magistrado que transferi-lo atendia a solicitação a Polícia Federal.
A manifestação da Procuradoria da República a Moro ocorreu na noite desta segunda-feira (7/8). “Considerando o relato do acautelado Aldemir Bendine, o Ministério Público Federal requer, por ora, a suspensão da decisão que determinou a transferência para o Complexo Médico-Penal, com intuito de melhor avaliar as condições de visitação daquela unidade, bem como a real situação de sua família”, anotou o procurador Athayde Ribeiro Costa.
Os advogados Pierpaolo Cruz Bottini e Cláudia Vara San Juan Araujo, que defendem o ex-presidente da Petrobras, haviam relatado que Bendine “tem uma filha que possui desordens psiquiátricas e que tem, como principal referência afetiva o pai”.
“Dessa forma, as visitas semanais, único contato entre o peticionário e a família enquanto estiver custodiado, serão absolutamente imprescindíveis para que não haja uma piora do quadro clínico da jovem”, afirmaram os defensores.
“Ocorre que, conforme é cediço, as visitas no Complexo Médico Penal pressupõem uma rigorosa revista íntima, que, em virtude do caráter de exposição a ela inerente, poderá servir de agravante à já delicada situação da saúde mental da garota. Dessa forma, por razões humanitárias, pede-se a reconsideração da decisão em questão, a fim de que, ao menos por ora, seja o Peticionário mantido na carceragem da Polícia Federal.”