Após 20 dias de viagens internacionais, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, sairá em férias no mês de agosto. A ausência do ministro coincide com a maior crise hídrica a atingir o Brasil em 91 anos.
Na agenda de Bento Albuquerque, há uma viagem marcada entre 20 e 25 de julho para a Itália, onde o ministro participará de uma sessão ministerial conjunta do clima e energia do G-20. Logo após, em 6 de agosto, Bento sairá em férias.
Ele volta ao trabalho no dia 12, mas logo no dia 14 viajará novamente. O ministro irá aos Estados Unidos participar de eventos do setor, que tratam de assuntos como o petróleo e o gás natural.
Enquanto estiver fora do país ou em férias, a secretária-executiva, Marisete Pereira, é quem assume a pasta.
Em junho, Bento Albuquerque fez um pronunciamento em TV aberta, onde pediu que a população diminua o consumo de energia de forma “voluntária”. “O uso consciente de água e energia reduzirá a pressão sobre o setor elétrico”, disse.
Crise
O governo afirma estar atuando para conter a crise desde 2020. O uso de todo o parque térmico no país foi autorizado, independente do preço da energia. Além disso, autoridades já anunciaram que há a possibilidade de acionar usinas térmicas sem contrato.
O Ministério de Minas e Energia também estuda um programa para incentivar empresas a mudarem o horário de consumo para períodos em que a demanda de energia é menor. A adesão à medida será voluntária.
Nesta terça-feira (13/7), o Senado aprovou a criação de uma comissão temporária na tentativa de conter a possibilidade de um apagão. Segundo especialistas, o risco de que aconteça um apagão generalizado é iminente. A comissão contará com 11 membros titulares e 11 suplentes e tem prazo de funcionamento de 180 dias.
Os membros devem acompanhar a atuação da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg), que é presidida pelo ministro. A comissão também deve propor soluções para que a segurança energética seja garantida e haja modicidade tarifária do Sistema Elétrico Brasileiro (SEB).
Resposta
Procurado pela Folha de S.Paulo, o Ministério de Minas e Energia alegou que “o ministro continuará atento e acompanhando todos os desdobramentos da atual conjuntura e, a qualquer momento em que se faça necessária a sua presença, interromperá a viagem / férias, aliás, como já ocorreu em ocasiões anteriores”.
A pasta ainda afirmou que a segunda rodada de excedentes da cessão onerosa será divulgada durante o período em que as viagens acontecerão. O leilão, que ofertará os blocos de Sépia e Atapu, será o segundo maior leilão de petróleo e gás do mundo. As áreas não foram arrematadas na licitação anterior em 2019.