Observatório do Clima vê “digital da necropolítica brasileira” no AM

A força-tarefa coordenada pela Polícia Federal encontrou restos humanos no local indicado pelos suspeitos

atualizado 15/06/2022 21:57

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Protesto em Londres pede por Dom Phillips e Bruno Araújo Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images

Na noite desta quarta-feira (15/6), autoridades confirmaram que os corpos do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira foram encontrados depois de dez dias desaparecidos. O Observatório do Clima afirmou, em nota, que a tragédia no Vale do Javari “tem a digital da necropolítica brasileira”.

O pescador Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, de 41 anos, confessou voluntariamente as execuções e narrou com detalhes o crime realizado. Os homens foram assassinados com tiros e, segundo fontes da Polícia Federal (PF), tiveram os corpos esquartejados, queimados e enterrados.

A força-tarefa prendeu também Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos, 41 anos, irmão de Amarildo. Outros envolvidos são procurados pela polícia.

A descoberta dos corpos foi antecipada pela coluna Na Mira, do Metrópoles, e confirmada pela Polícia Federal em coletiva na noite desta quarta-feira.

“Na Amazônia, a bala que mata jornalistas, ativistas e indígenas é comprada com o dinheiro da grilagem, do garimpo ilegal e da madeira roubada”, afirmou Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

A organização afirma que “o regime de Jair Bolsonaro reagiu ao desaparecimento com a mesma crueldade com que tratou as centenas de milhares de brasileiros mortos na pandemia”.

O Observatório lembrou, também, outros ativistas ambientais mortos no Brasil, como Chico Mendes, Dorothy Stang e João Cláudio.

Leia a nota de pesar:

“Tragédia no Javari tem a digital da necropolítica brasileira

É com tristeza e revolta que o Observatório do Clima recebe a notícia de que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram assassinados no Vale do Javari. Nossos pensamentos se voltam às famílias de ambos, numa dor que também é nossa, por termos tido o privilégio de conviver com a gentileza, a bondade e o profissionalismo de Dom.

O Brasil, um dos países que mais matam ativistas ambientais no mundo, vê se repetir no Javari a tragédia de Chico Mendes, Dorothy Stang, João Cláudio e Maria e tantos outros que confrontaram e confrontam os criminosos que atormentam os povos e saqueiam a floresta na Amazônia.

No governo Bolsonaro, porém, a barbárie tem cúmplices no Palácio do Planalto e nas Forças Armadas. Além de ter deliberadamente entregue a Amazônia ao crime, o regime de Jair Bolsonaro reagiu ao desaparecimento com a mesma crueldade com que tratou as centenas de milhares de brasileiros mortos na pandemia: o Exército adiou o quanto pôde o início das buscas; o presidente da Funai, que havia exonerado Pereira porque este cumprira seu dever de proteger os indígenas em Roraima, lavou as mãos; e o Presidente da República culpou as vítimas, que segundo ele haviam embarcado numa ‘aventura não recomendável’. A necropolítica, marca do atual governo, também está presente nas mortes de Dom e Bruno”.

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