Lula nega Brics como contraponto ao G7 e cobra “igualdade”

Presidente Lula está em Joanesburgo para a 15ª Cúpula do Brics, e defendeu a reforma do Conselho de Segurança e organismos multilaterais

atualizado 22/08/2023 10:31

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imagem colorida de Lula, que participa de encontro do Brics, ao microfone - Metrópoles Reprodução/ Canal Gov

Antes da participação da 15ª Cúpula dos Brics, nesta terça-feira (22/8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou que o objetivo do grupo seja ser “um contraponto” a outros blocos, como o G7 (formado pelos sete países mais industrializados dom mundo) e o G20.

“Não queremos ser contraponto ao G7, ao G20, aos Estados Unidos. A gente quer se organizar. O Sul Global [por exemplo]: sempre fomos tratados como se fôssemos a parte pobre do planeta, como se não existíssemos. Estamos vendo que podemos nos tornar países importantes”, defendeu o mandatário.

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Após o economista britânico Jim O'Neill realizar estudo sobre as economias emergentes e as perspectivas de crescimento dos países com essas características, ele cunhou a sigla Bric
À época, o crescimento do Brasil ainda gerava dúvidas e a Rússia não se desenvolvia, pois estava estagnada. Por outro lado, a China vivia ascensão dentro do cenário econômico mundial. Mesmo sem acompanharem o crescimento do país atualmente comandado por Xi Jinping, os demais membros também eram consideradas economias emergentes
Diante do resultado dos estudos do economista, os noticiários passaram a usar o nome, mencionando positivamente a boa perspectiva de crescimento dos países. Eles, então, resolveram se juntar e formar um bloco econômico
Em 2009, portanto, o bloco foi oficializado e, em 2011, a África do Sul foi agregada ao grupo. A partir de então, a letra S, representando o último país-membro, foi inserida na sigla, que passou a ser chamada de Brics
Entre os principais objetivos do bloco estão: o fortalecimento da economia dos países-membros, a institucionalização do grupo, cooperação entre as nações nas áreas científicas, acadêmicas, técnicas e culturais, e a criação de um banco para reservas emergenciais
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Formado por países de economias emergentes, o Brics (sigla para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) foi criado em 2001. O nome foi primeiramente usado para se referir ao crescimento econômico de alguns países ao redor do mundo

Getty Images
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Após o economista britânico Jim O'Neill realizar estudo sobre as economias emergentes e as perspectivas de crescimento dos países com essas características, ele cunhou a sigla Bric

Alan Santos/PR
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À época, o crescimento do Brasil ainda gerava dúvidas e a Rússia não se desenvolvia, pois estava estagnada. Por outro lado, a China vivia ascensão dentro do cenário econômico mundial. Mesmo sem acompanharem o crescimento do país atualmente comandado por Xi Jinping, os demais membros também eram consideradas economias emergentes

MUNEYOSHI SOMEYA - POOL /GETTY IMAGES
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Diante do resultado dos estudos do economista, os noticiários passaram a usar o nome, mencionando positivamente a boa perspectiva de crescimento dos países. Eles, então, resolveram se juntar e formar um bloco econômico

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Em 2009, portanto, o bloco foi oficializado e, em 2011, a África do Sul foi agregada ao grupo. A partir de então, a letra S, representando o último país-membro, foi inserida na sigla, que passou a ser chamada de Brics

Kutay Tanir/Getty Images
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Entre os principais objetivos do bloco estão: o fortalecimento da economia dos países-membros, a institucionalização do grupo, cooperação entre as nações nas áreas científicas, acadêmicas, técnicas e culturais, e a criação de um banco para reservas emergenciais

lvcandy/Getty Images
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O Banco do Brics, criado em 2014, é sediado em Xangai, na China. Além de garantir reservas para os países-membros, o banco também funciona como alternativa para o Fundo Monetário Internacional e para o Banco Mundial

Reprodução/ New Development Bank
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Entre as características do bloco está o fato de todos os países serem emergentes. Países com economias emergentes são países subdesenvolvidos que apresentam crescimento econômico próspero e com características que os diferenciam de economias periféricas

Ingo Roesler/Getty Images
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Recentemente, após a Rússia invadir a Ucrânia, o posicionamento dos países do Brics em votação de resolução para punir a Rússia na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) mostrou divergências entre as nações

Stringer /Agência Anadolu via Getty Images
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China, Índia e África do Sul se abstiveram, enquanto o Brasil foi o único país do bloco a votar a favor da resolução – e, portanto, contra a Rússia

Michael M. Santiago/Getty Images
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A China evitou criticar a Rússia e declarou que não imporia sanções ao aliado. O governo chinês defende que Moscou e Kiev resolvam seus problemas por meio do diálogo e sugeriu que ajudaria neste aspecto

Russell Monk/Getty Images
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O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, conversou com Putin, por telefone, no dia 25 de fevereiro, um dia após a invasão, e teria pedido a “imediata cessão da violência”, mas sem qualquer condenação. O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, também defendeu o diálogo como resolução para o conflito no Leste Europeu

Mikhail Svetlov/Getty Images

A declaração ocorreu durante o programa Conversa com o Presidente, nesta terça-feira (22/8), em viagem do petista à África do Sul. Ele está no continente africano para participar da primeira cúpula presencial dos Brics desde a pandemia de Covid-19.

“O que a gente quer é criar novos mecanismos, que tornem o mundo mais igual do ponto de vista das decisões políticas. Estamos dizendo apenas: ‘nós existimos, estamos nos organizando e queremos sentar em uma mesa de negociação em igualdade de condições com a União Europeia, EUA e qualquer outro país'”, prosseguiu.

Governança global

Lula é um grande defensor da nova governança global – que representa a busca por organismos multilaterais mais equilibrados e inclusivos. Ou seja, uma reforma do contexto global marcado pela hegemonia dos Estados Unidos e Europa Ocidental.

O mandatário voltou a citar o caso do Conselho de Segurança da ONU para exemplificar a fala. “A questão dos membros permanentes [que tem poder de veto]. Por que o Brasil não pode entrar, a Índia, a África do Sul, ou a Alemanha?”

“Quem é que disse que são os mesmos países que foram colocados lá em 1945 continuem lá. O mundo mudou, e nós queremos essa mudança”, frisou.

Segundo ele, o Brics ter força não significa tirar nada de ninguém. “Significa um polo muito forte, que congrega muita gente. Isso é importante, porque vai permitir que a gente tenha um certo equilíbrio nas discussões, hoje as guerras são decididas sem ninguém participar, ninguém discute”.

Na fala, Lula também criticou a atuação da ONU, ao afirmar que o organismo multilateral não funciona mais. “Hoje, a ONU tem pouca representatividade, ela não consegue cumprir quase nenhuma tarefa. Hoje, o Conselho de Segurança não decide mais nada, porque existe o poder de veto, e os membros impedem”.

Expansão do Brics

Nesta terça-feira (22/8), o presidente brasileiro participa da abertura da 15ª Cúpula do Brics – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – na capital sul-africana, Joanesburgo. Até a próxima quinta-feira (24/8), líderes dos países discutirão a expansão do bloco, que deve definir o futuro da aliança.

Questionado sobre a adesão de novos membros ao grupo e o posicionamento do Brasil sobre o tema, o petista defendeu que a aliança “precisa crescer” para se tornar uma instituição multilateral “que possa ter algo diferente”.

“Os Brics têm possibilidade de ampliação. Eu sei que a China quer, que a Índia quer, que a Rússia quer, e nós queremos. Mas, obviamente, você tem que estabelecer determinados procedimentos para que as pessoas entrem, pra que a gente não descubra amanhã que é contra o Brics”, explicou.

Agenda na África

Nesta terça, os líderes participarão de um fórum empresarial, e depois farão um retiro, um evento apenas com os chefes de Estado e governo e dos respectivos ministros das Relações Exteriores.

Na quarta-feira (23/8) acontece a reunião de cúpula entre os líderes do bloco, em duas sessões. No dia seguinte, na última etapa do evento, ocorre o encontro estendido com os países-membro do Brics e cerca de 40 países convidados, em sua maioria chefes de Estado e governo de nações interessadas em ingressar no bloco, vindos da África, da América do Sul, do Caribe e da Ásia.

Dos países do bloco, estarão presentes os presidentes Lula (Brasil), Cyril Ramaphosa (África do Sul) e Xi Jinping (China), e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.

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