Rio de Janeiro – Um dia após a tragédia no Morro da Oficina, no Alto da Serra, em Petrópolis, moradores buscam por algum pertence restante e de notícias sobre amigos e familiares que seguem desaparecidos.
Alef Matheus, de 23 anos, tem um amigo desaparecido, que se chama Gustavo. O jovem e sua família não tiveram a casa atingida, mas o acesso até o local foi comprometido. Ele relata o sofrimento de ver tudo destruído.
“É um caminho difícil, com muita lama, pedra e água. É muito triste ver que aqui, onde cresci, está completamente destruído”, disse ao Metrópoles.
Seu pai, Antenor Alves, de 64 anos, lamenta o desaparecimento de, pelo menos, oito sobrinhos na região. “Não sabemos nem pra onde podem ter ido os corpos. Uma delas estava grávida, salvamos o filho mais novo, mas o mais velho sumiu junto com ela”, disse abalado.
“Dizem que aqui é irregular, mas a gente paga tudo, até IPTU. Só falam que vão fazer alguma coisa em ano de eleição. Eu morro aqui há 33 anos e nunca vi nada como foi dessa vez”.
Busca por pertences
João Natã, de 19 anos, veio com a mãe Carine Santiago, de 41, em busca de roupas. Os dois perderam a casa durante a queda de um barreira no local, que fica na Região Serrana do Rio.
“Um amigo meu, que conheço desde pequenininho desapareceu. O Gustavo andava de skate comigo aqui nessa rua, ainda está soterrado”, contou o jovem, que também era amigo de Gustavo.
“Viemos atrás de uma gaveta, não tenho nem cueca. Roupas conseguimos umas no abrigo da Igreja, mas não temos mais nada. Minha mãe e minha irmãzinha dividem um colchão que conseguiram por lá, mas eu durmo numa manta”.