“Injustiça”, diz Arthur do Val sobre pedidos de cassação após áudio

Parlamentares pedem a perda do mandato de Arthur do Val (Podemos-SP) após falas machistas sobre ucranianas: "São fáceis, porque são pobres"

atualizado 07/03/2022 22:33

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O deputado Arthur do Val, o Mamãe Falei. Ele tem cabelos pretos, barba e usa roupa escura- Metrópoles Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – Por meio de nota, o deputado estadual Arthur do Val (Podemos/SP), conhecido como Mamãe Falei, informou que vai “lutar até o fim conta a injustiça” dos pedidos de cassação de mandato protocolados contra ele na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Os pedidos foram feitos após o vazamento de áudios do parlamentar com falas machistas e sexistas sobre as mulheres ucranianas.

“Sou um líder político com posições claras. Combato a corrupção, enfrento privilégios e tenho como inimigos Lula e Bolsonaro. Não querem retirar meus direitos políticos por ter roubado, por ter aparecido com dinheiro na cueca ou feito rachadinha, coisas que graças a Deus nunca fiz. Se fizesse isso, tenho certeza de que jamais perderia meu mandato”, disse o deputado no texto divulgado nesta segunda-feira (7/3).

“Dei uma declaração lamentável, admito e peço desculpas por isso; além de tudo, perdi minha noiva e prejudiquei meus amigos. Isso tudo é sinal dos tempos: ladrões ficam impunes, gente honesta perde o mandato. Lutarei até o fim contra esta injustiça”, completou ele.

Ouça o áudio:

Representações

Alegando quebra de decoro parlamentar, vários parlamentares protocolaram representações na Alesp, pedindo a cassação do mandato de Arthur do Val. Foram apresentados ao menos 10 pedidos ao Conselho de Ética da Casa.

As representações têm até 30 dias para tramitar no Conselho. Depois, o resultado segue para votação em plenário.

Conforme regimento da Alesp, após o recebimento da representação, o Conselho de Ética enviar para a Secretaria Geral Parlamentar, órgão responsável por instaurar o inquérito e notificar os membros, além do parlamentar representado. Após a abertura do processo, o deputado terá o prazo de cinco sessões do plenário, o equivalente a cinco dias, para apresentar a primeira defesa.

Após esse primeiro momento, é marcada uma reunião do Conselho para que os membros decidam se aceitam ou não representação. Uma vez aceita, o deputado terá novamente o prazo de cinco sessões do plenário para se defender. Após esse período, o relator apresenta seu voto, e os membros do Conselho decidem sobre as penalidades.

As penalidades podem variar entre advertência, censura verbal ou escrita, perda temporária do mandato ou perda definitiva do mandato.

Áudios

Na Ucrânia, sob o pretexto de auxiliar a resistência local contra a invasão russa, o deputado estadual enviou áudios a colegas do Movimento Brasil Livre (MBL). Nas mensagens, às quais a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, teve acesso, o parlamentar afirma que as refugiadas que ele encontrou na fronteira entre a Eslovênia e a Ucrânia “são fáceis, porque são pobres”. Diz também que a fila de baladas brasileiras “não chega aos pés da fila de refugiados aqui”.

“Vou te dizer, são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas ‘minas’, em dois grupos de ‘mina’, e é inacreditável a facilidade”, diz o deputado, que é pré-candidato ao governo de São Paulo nas eleições deste ano e conta com apoio do ex-juiz Sergio Moro.

“Só vou falar uma coisa para vocês: acabei de cruzar a fronteia a pé aqui, da Ucrânia com a Eslováquia. Eu juro, nunca na minha vida vi nada parecido em termos de ‘mina’ bonita. A fila das refugiadas… Imagina uma fila sei lá, de 200 metros, só deusa. Sem noção, inacreditável, fora de série. Se pegar a fila da melhor balada do Brasil, na melhor época do ano, não chega aos pés da fila de refugiados aqui”, diz o deputado estadual no áudio.

Em outro trecho das mensagens, Mamãe Falei baixa ainda mais o nível e diz ter encontrado garota que, “se ela cagar, você limpa o cu dela com a língua”.

“Mano, estou mal. Passei agora, quatro barreiras alfandegárias, duas casinhas pra cada país. Eu contei, são 12 policiais deusas. Que você casa e faz tudo que ela quiser. Eu estou mal, cara, não tenho nem palavras para expressar. Quatro dessas eram minas que, você, se ela cagar, você limpa o cu dela com a língua. Inacreditável. Assim que essa guerra passar, eu vou voltar para cá”, diz o deputado estadual.

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