Indígenas miram empresas em campanha internacional para denunciar Bolsonaro

Entidades que representam povos indígenas se articulam com ativistas para cobrar consumidores estrangeiros de produtos brasileiros

atualizado 04/09/2020 10:45

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Uma campanha em inglês lançada nas redes sociais pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e entidades parceiras responsabiliza o governo Bolsonaro pelos incêndios na Amazônia e mira empresas brasileiras que exportam produtos do agronegócio.

A iniciativa une as críticas ao governo sob uma hashtag que critica o financiamento a um país que tem descuidado de seus recursos naturais: #DefundBolsonaro – em tradução livre, “Não financie Bolsonaro”.

A ofensiva é mais um capítulo do embate da Apib com o governo, agravado pelo avanço do coronavírus entre as etnias brasileiras.

“Tivemos uma decisão do Supremo Tribunal Federal obrigando o governo a adotar ações emergenciais para proteger os indígenas. Tivemos uma lei cujos vetos de Bolsonaro foram derrubados, mas ainda assim não há vontade política nem ações estruturantes para combater a Covid-19 entre nossas populações”, afirma o advogado indígena Dinamam Tuxá, um dos coordenadores da Apib.

Até essa quinta-feira (3/9), a Apib havia contabilizado 29.609 casos de coronavírus entre indígenas de 156 povos, mais da metade das etnias brasileiras. As mortes, segundo a entidade, são 779 – 89 a mais do que há duas semanas.

A campanha internacional, de acordo com o advogado, busca sensibilizar governos, empresas, cidadãos e investidores para que eles pressionem o Brasil a investir para frear queimadas e desmatamento.

Em todas as redes, a campanha usa imagens de incêndios nas matas brasileiras e as associa a Bolsonaro e outros membros do governo, como o ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente.

A peça principal é um vídeo em que focos de incêndio são inseridos digitalmente em paisagens europeias, como a Torre Eiffel, e em gôndolas de supermercados, dizendo que a degradação no Brasil afeta o mundo inteiro.

Os organizadores alcançaram perfis de destaque nas redes, como o do ator hollywoodiano Gael García Bernal, que postou o vídeo. Veja:

Debate

“Usamos a Amazônia pela força de sua imagem, mas também queremos denunciar o avanço dos incêndios no Pantanal, no Cerrado. Há um descontrole total, que se soma à calamidade do coronavírus, e só nos resta denunciar”, afirmou Dinamam Tuxá.

Militantes governistas nas redes estão respondendo à campanha acusando-a de ser uma iniciativa patrocinada por interesses escusos, que miram a soberania nacional.

Para Dinamam Tuxá, é uma tentativa de fugir do debate principal. “Deturpam a denúncia porque não têm argumentos. Os incêndios florestais estão batendo recordes no Brasil enquanto o governo enrola”, critica ele.

Veja mais imagens da campanha:

6 imagens
"Amazônia ou Bolsonaro?", é a pergunta dos ativistas
Consumidores são questionados sobre suas escolhas
"Bolsonaro está deixando o Brasil queimar"
Ativistas e indígenas fazem campanha contra o presidente Jair Bolsonaro
Campanha busca cobrar o agronegócio brasileiro
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Campanha busca cobrar o agronegócio brasileiro

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"Amazônia ou Bolsonaro?", é a pergunta dos ativistas

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Consumidores são questionados sobre suas escolhas

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"Bolsonaro está deixando o Brasil queimar"

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Ativistas e indígenas fazem campanha contra o presidente Jair Bolsonaro

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Campanha busca cobrar o agronegócio brasileiro

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Sem outro lado

O Metrópoles entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores e com a Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto, mas o governo optou por não se posicionar sobre a campanha.

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