A ministra Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas, se encontrou com o papa Francisco nesta quinta-feira (14/3), durante a abertura do evento “O conhecimento dos povos indígenas e a ciência: combinando conhecimento e ciência sobre vulnerabilidades e soluções para resiliência”, promovido pela Academia Pontifícia de Ciências e de Ciências Sociais do Vaticano.
O seminário contou com a participação de cientistas, indígenas e religiosos de diferentes povos e países para discutir o conhecimento originário na busca por soluções para as crises ambiental e humanitária.
“Quando tomei posse como a primeira ministra dos Povos Indígenas do Brasil, o lema do meu discurso foi: nunca mais um Brasil sem nós. Estamos aqui, com o apoio do Vaticano, para reforçar que o mundo precisa dos conhecimentos tradicionais indígenas”, destacou Sonia Guajajara durante o seu discurso.
“O mundo precisa do modo de vida indígena, de sua espiritualidade e de sua relação com a natureza, como condição necessária para a proteção da biodiversidade”, completou a ministra brasileira dos Povos Indígenas.
A Academia Pontifícia de Ciências foi fundada em Roma, em 1603, com o nome de Academia dos Linces por Frederico Cesi. Um dos seus membros foi o astrônomo e físico Galileu Galilei.
Sonia Guajajara reforçou a importância das terras indígenas para conservação ambiental ao longo do seu discurso. “Não é por coincidência que 80% da biodiversidade protegida no mundo está em territórios indígenas. É porque sabemos como fazer esta proteção.”
O papa Francisco frisou a necessidade do encontro dos representantes no Vaticano e ressaltou a obrigação de proteção e o respeito ao meio ambiente. “O tecido da humanidade é tramado com uma variedade de culturas, tradições, espiritualidades e linguagens que deve ser protegidas, visto que sua perda representaria o empobrecimento de conhecimento, identidade e memória para todos nós”, disse o papa.
