Rio de Janeiro – A segunda fase da Operação Desvio de Rota, que visa desmantelar esquema de sonegação e de corrupção em postos da Barreira Fiscal do Rio de Janeiro, foi deflagrada nesta sexta-feira (10/12). A ação, do Ministério Público do RJ e da Polícia Rodoviária Federal, tem como alvo grupo criminoso suspeito de desviar mais de R$ 1 bilhão. Até o início da tarde, oito pessoas foram presas e foram apreendidos uma arma, munição, mais de R$ 200 mil em espécie, celulares e três carros de luxo.
Pelos menos 19 mandados de prisão e 38 de busca e apreensão foram expedidos na operação, que acontece em nove municípios do RJ e dois em São Paulo. Além da capital fluminense, há ações em São João de Meriti, Belford Roxo, São Gonçalo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Piraí e Volta Redonda. Em SP, as buscas são feitas em Bauru e Polícia.
Até às 10h, apenas Vando Roberto Amorim da Cunha, funcionário comissionado do gabinete do deputado estadual Giovani Ratinho (Pros), havia sido preso. Equipes fizeram buscas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), mas não localizaram o local de trabalho de Amorim, o que levantou dúvidas se ele seria um servidor fantasma. Também são realizadas buscas no 31º Batalhão da PM no Rio, no Recreio dos Bandeirantes.
Preços baixos
As investigações indicam que a quadrilha comprava etanol em outros estados com menor ICMS para revender o produto no Rio. No estado, o combustível era comercializado com preços abaixo dos praticados pelo mercado. O etanol deveria ser declarado em postos da Barreira Fiscal, o que nunca aconteceu.
No entanto, de acordo com o MPRJ e a PRF, o esquema dispunha de meio milhão de reais por mês para pagamento de propina a policiais e agentes fiscais das barreiras. O lucro por caminhão, de acordo com os agentes, era de cerca de R$ 15 mil.
Na primeira etapa da Operação Desvio de Rota, em dezembro de 2020, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão no RJ e nove em SP. Entre os presos havia empresários, donos de postos de gasolina e de caminhões e policiais. Também foram apreendidas 73 carretas sem documento válido ao longo da investigação, além de 3 milhões de litros de etanol.