A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinou, nesta terça-feira (1º/6), o contrato de transferência de tecnologia com a farmacêutica AstraZeneca. Na prática, o acordo permite que o Brasil tenha fabricação nacional do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para a vacina contra a Covid-19.
O termo foi assinado durante cerimônia no Ministério da Saúde. A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participaram do evento.
Neste ano, a Fiocruz anunciou ao menos duas paralisações na produção de vacinas devido à falta de insumos vindos da China. Com o acordo firmado nesta terça, a fundação não precisará mais importar IFA do país asiático, pois será capaz de produzir o material em território brasileiro.
De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, as primeiras doses da vacina fabricada 100% no Brasil deverão estar disponíveis a partir de outubro. No segundo semestre, a Fiocruz deve entregar um total de 110 milhões de doses da vacina contra a Covid-19.
A assinatura do contrato de transferência de tecnologia estava prevista para 2020. No entanto, segundo a fundação, devido ao “grau de detalhamento necessário para esse tipo de documentação”, a previsão foi adiada para março de 2021. A nova data também não foi cumprida. Mesmo com a demora na assinatura do acordo, o laboratório continuou a adaptação de suas instalações.
Produção com IFA importado
Depois de suspender a fabricação de vacinas contra a Covid-19, a Fiocruz retomou a fabricação da AztraZeneca no Brasil, na semana passada, após a chegada de uma nova remessa da matéria-prima, vinda da China.
O lote importado é considerado suficiente para entregar 12 milhões de doses. Na prática, isso significa que a produção da vacina está garantida até a terceira semana de junho.
Atualmente, a capacidade de produção da fundação é de cerca de 1 milhão de doses por dia.