O médico Nerinton Pinho, de 51 anos, ganhou nesta semana um presente especial que aguardava há quatro anos do filho. Após anos de procura, o também médico Henrique Pinho, de 26 anos, encontrou o boneco do Pinóquio que o pai sonhava em ter desde a infância.
“Hoje, consegui realizar o maior sonho de infância do meu pai. Foram 45 anos de trauma ao falar a palavra ‘Pinóquio’ perto dele, porque ele nunca pode ter o boneco que quis nos anos 70. Agora, um ciclo de dor por ter sido uma criança pobre termina”, contou Henrique.
Veja o vídeo do momento:
O jovem mora em Porto Alegre (RS) e o pai em Ampére (PR). Para entregar o presente, Henrique pediu que o pai participasse de uma videochamada para a ONG em que o jovem trabalha sobre os tratamentos disponíveis no Sistema Único de Saúde para diabéticos tipo 1.
O brinquedo é extremamente raro, com pouquíssimas unidades produzidas apenas em meados dos anos 70. Na época, a família não tinha condições financeiras de comprar e Nerinton nunca mais encontrou o boneco. Henrique, no entanto, decidiu que realizaria o sonho do pai, e, há 10 anos, começou a procurar em sites especializados.
Ele conta que chegou a encontrar uma unidade “esfagalhada” há ulguns anos, mas ainda era estudante na época e não conseguia arcar com o preço. Desta vez, no entanto, a situação foi diferente.
“Eu encontrei um assim, em perfeito estado, depois de passar alguns anos procurando umas quatro vezes todo ano, principalmente em datas comemorativas — Natal, Dia dos Pais, nossos aniversários, Dia das Crianças — queria ter um ‘pretexto’ para dar o presente”, relembra.
Pelas redes sociais, Nerinton escreveu que achava que nunca mais encontraria o brinquedo e “acreditava que tivesse sido engolido por uma baleia e que nunca mais voltaria tal qual na história”.
“Hoje, depois de 46 anos de espera, o sonho do menino pobre de Nova Londrina se tornou realidade e Pinóquio agora é meu brinquedo”, disse.
Por fim, agradeceu o filho: “Obrigado, meu filho, Henrique Lopes Pinho, por sua sensibilidade com a criança que existe em cada um de nós”.
