Eunício sai do DF e revolta caminhoneiros. “Quer ver pegar fogo”

Presidente do Senado viajou para o Ceará no dia em que a Casa pode votar redução de tributos do diesel

atualizado 24/05/2018 13:37

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Marcos Oliveira/Agência Senado

A reunião na manhã desta quinta-feira (24/5), no Palácio do Planalto, marcada com o objetivo de conseguir um acordo para pôr fim à greve dos caminhoneiros terminou sem sucesso. O presidente Michel Temer estava com ministros para estudar as reivindicações da categoria, que considera insuficiente o corte de 0,05 da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). As negociações continuarão no período da tarde. Após o encontro, nenhum representante do Executivo nacional falou com a imprensa.

Mas o que deixou revoltado o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, foi a ausência do presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (MDB-CE), em Brasília. Em coletiva de imprensa nesta manhã de quinta (24), ele disse ter ficado revoltado ao saber da viagem do emedebista ao Ceará. “Se ele foi pra lá, é porque quer ver o circo pegar fogo”. E emendou: “Em uma escala de 0% a 100%, a chance de interromper a mobilização hoje é de 5%”. A entidade representa em torno de 700 mil motoristas, mais da metade do total do país.

“Fiquei com um sentimento de revolta. Nas entrevistas, apareceram os presidentes da Câmara e do Senado bonitinhos em frente às câmeras prometendo resolver a questão. Agora, um agiu (para aprovar) e outro já está na casa dele tomando ‘uisquinho’ com água de coco, enquanto a gente está aqui comendo o pão que o diabo amassou”, protestou Fonseca.

Mais cedo, pelo Twitter, Eunício informou que sairia de Brasília para cuidar de compromissos em seu estado, o Ceará. Em parceria com o governador Camilo Santana, anunciou a liberação de recursos para criação do programa de cisternas, medida adotada para “garantir o abastecimento de água a milhares de famílias”.

Quarto dia de protestos 
A greve, que já dura quatro dias, tem levado transtornos aos brasileiros. Entre eles, fechamento de rodovias, escassez de combustível em postos, impacto no transporte público e também em aeroportos e problemas na distribuição de alimentos.

Em nota, conforme ressaltou o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, a decisão do governo de zerar a Cide, que incide sobre o diesel, significa mais do que uma redução de R$ 0,05 no preço e seria uma resposta ao movimento grevista dos caminhoneiros. “Estamos propondo é um esforço nacional para desonerar a cadeia energética”, afirmou.

A reunião contou com a presença dos ministros Eduardo Guardia (Fazenda), Moreira Franco (Minas e Energia), Valter Casemiro (Transportes, Portos e Aviação), e Jorge Rachid, secretário da Receita Federal.

Impactos
Na noite dessa quarta-feira (23), a Petrobras anunciou redução do preço do diesel em 10% e a manutenção desses valores por 15 dias. De acordo com posicionamento da estatal, a partir da medida, a diminuição média será de R$ 0,23 por litro nas refinarias, resultando numa queda média de R$ 0,25 por litro nas bombas dos postos de combustível. A baixa do preço deve ser maior para o consumidor, pois o imposto incidente será menor.

O custo do combustível nas refinarias será de R$ 2,1016, valor fixado para os próximos 15 dias. Ao fim do período, a tarifa será corrigida de forma progressiva até voltar a operar conforme a política de preços adotada pela empresa petrolífera.

Desabastecimento
A paralisação nacional compromete serviços como os de aviação, correios, venda de combustíveis automotivos, além dos comércios atacadista e varejista. No Distrito Federal, distribuidoras já estão desabastecidas de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), utilizado na cozinha.

A Inframerica, administradora do Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek, informa que a reserva de Querosene de Aviação (QAV), combustível das aeronaves, não é suficiente para encerrar a semana. Ainda conforme pontuou a concessionária, a frota de caminhões responsável por trazer o QAV para o terminal está retida no Entorno do DF.

Redução em meio à crise
Em meio às manifestações, a Petrobras anunciou na última segunda-feira (21) reajuste na gasolina e no diesel de 0,9% e 0,97%, respectivamente. Esse foi o 11º aumento nos últimos 17 dias para a gasolina e o sétimo consecutivo do diesel.

Desde que começou a adotar a política de reajustes diários dos preços dos derivados de petróleo, em 3 de julho de 2017, a estatal elevou o valor do diesel em suas refinarias 121 vezes (38 em 2018). O que indica alta de 56,5%, segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Em pouco mais de 10 meses, o litro do produto passou de R$ 1,5006 para R$ 2,3488.

 

 

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