Um empresário de Atibaia disse que o caseiro do imóvel em que Fabrício Queiroz ficou hospedado era “olheiro” do advogado Frederick Wassef. A informação reforça os indícios de que o defensor mantinha controle sobre a rotina de Queiroz, diferente das declarações iniciais do advogado.
Em entrevista ao jornal O Globo, o empresário Daniel Bezerra Carvalho, dono de uma loja no município, afirmou que já foi algumas vezes no imóvel. “Nos fundos, ficava o caseiro, que era como se fosse um olheiro. Contava tudo para o patrão, Tudo que acontecia eu acho que o cara passava para frente. Quem foi, quem não foi ( à casa). Ele (Queiroz) não ficava preso. Não era obrigado a não sair. Mas com certeza os passos dele estavam sendo monitorados por alguém, entendeu?”, contou.
Daniel informou que, durante o período em que Queiroz ficou no local, o caseiro Orlando Novaes ficava em uma casa nos fundos do terreno e eventualmente fazia compras ou buscava algo para o ex-assessor de Flávio Bolsonaro.
O empresário afirmou que conheceu Wassef há sete anos, mas que só recentemente descobriu o envolvimento com a família Bolsonaro. Daniel disse também que passou a conviver com Queiroz e ajudá-lo em algumas situações, como quando diz o ter levado para realizar uma cirurgia na próstata.
“Estou triste que ele (Queiroz) está preso. Ele não merece. O cara estava doente. Não é certo isso. Eu vi a preocupação dele com seus filhos. Também não queria prejudicar os Bolsonaro. Eram amigos de longa data. Falou que Bolsonaro é um homem íntegro, assim como Flávio. E disse que é inocente”, ressaltou.
Daniel contou que chegou a levar comida para Queiroz algumas vezes e que o ex-assessor demonstrava muito abatimento poucos dias antes de ser preso. O empresário disse ainda que Queiroz e a mulher Márcia tinham uma “mania” de desligar o celular do Rio quando chegavam a Atibaia.
