Em uma conversa via WhatsApp com um dos líderes da greve dos caminhoneiros de 2018, Wanderlei Alves conhecido como “Dedeco”, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, manifestou apoio a uma possível greve geral dos profissionais.
Em entrevista à coluna Painel do jornal Folha de S.Paulo, Dedeco afirmou que entrou em contato com o ministro após ler, em uma reportagem do mesmo veículo, que Freitas dizia não ver risco de greve de caminhoneiros. E mostrou as mensagens no WhatsApp.
Durante a troca de mensagens, Tarcísio afirmou achar “muito correto” que os caminhoneiros parem de fazer entregas para forçar que embarcadores e transportadores repassem aos fretes o custo do aumento do diesel.
O ministro disse ainda que há um estudo do governo para subsidiar o preço do diesel. Ele também comemorou a aprovação no Senado do PLP 11/2020, que estabelece cobrança única de ICMS.
“Isso tem o poder de diminuir 50, 60 centavos no preço do litro”, escreveu o ministro.
Na sequência, Dedeco escreveu que o governo federal não assume responsabilidade pelos problemas: “Só passa ela para os outros”.
“Fico chateado de ver aumento de combustível. Ninguém quer. O que pode ser feito, está sendo feito. Não é minha área. Só tento ajudar”, escreveu o ministro em resposta.
Ministro não nega
Na noite desta sexta, assessoria do ministro da Infraestrutura mandou uma nota com a posição de Tarcísio sobre o episódio, sem negar o conteúdo das mensagens trocadas com Dedeco. Leia:
“O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, mantém canal aberto com a categoria e já defendeu abertamente, inúmeras vezes, que as principais questões que afetam o setor hoje são correlatas ao próprio mercado. Neste sentido, cabe aos próprios trabalhadores dialogar entre si para buscar as melhores soluções.”
Entenda como funciona o cálculo do preço da gasolina no Brasil: