O sargento do Exército Luis Marcos dos Reis esclareceu, durante oitiva da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1, nesta quinta-feira (24/8), que já realizou “pequenos pagamentos” para a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O militar era integrante da equipe de Ajudância de Ordens de Bolsonaro.
Ele é investigado por movimentações financeiras consideradas atípicas para o tenente-coronel Mauro Cid, também ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. As informações suspeitas constam em Relatório de Inteligência Financeira (RIF) produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Acompanhe aqui:
Durante um interrogatório na comissão, o deputado Rubens Júnior (PT-MA) confrontou o depoente e o questionou sobre pagamentos para Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle. Luis Marcos dos Reis disse que não havia feito. Depois, voltou atrás e confirmou, mas se calou a respeito dos depósitos.
Veja o diálogo:
Rubens Pereira Júnior (PT – MA) – A pergunta é: o senhor fez algum pagamento ou não, a pedido do presidente da República? Não estou nem falando de valores.
Luis Marcos Dos Reis – Não. Do presidente da República, não.
Rubens Pereira Júnior (PT – MA) – De interesse dele, sim?
Luis Marcos Dos Reis – Do presidente da República, não.
Rubens Pereira Júnior (PT – MA) – Na Ajudância de Ordem, sim.
Luis Marcos Dos Reis – Não.
Rubens Pereira Júnior (PT – MA) – Da sra. Michelle Bolsonaro, o senhor fez algum pagamento?
Luis Marcos Dos Reis – Não.
Rubens Pereira Júnior (PT – MA) – De qualquer que seja o valor?
Luis Marcos Dos Reis – Eu recebia quando era, vamos dizer assim… para fazer um exemplo…
Rubens Pereira Júnior (PT – MA) – Pequenos pagamentos.
Luis Marcos Dos Reis – Já fiz.
Em seguida, questionado sobre outros pagamentos, dos Reis disse que adotaria o silêncio: “Eu vou permanecer em silêncio, porque essa parte de dinheiro em espécie já foi prestado conta”, disse.
Além das suspeitas envolvendo as movimentações financeiras, Reis é investigado por supostamente participar dos atos antidemocráticos de 8/1.
Ele também é investigado por integrar esquema de fraude dos cartões de vacina do ex-presidente Bolsonaro e familiares – razão pela qual está preso desde maio deste ano.
