Em 11 dias, equipe de Mauro Cid depositou R$ 60 mil em dinheiro na conta de Michelle Bolsonaro

Metrópoles mostrou que ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro realizava pagamentos para a primeira-dama durante o governo

atualizado 08/08/2023 10:27

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Imagem colorida de montagem com Mauro Cid e Michelle Bolsonaro Arte sobre foto de Vinicius Schmidt e Igo Estrela/Metrópoles

Comprovantes enviados à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas de 8 de janeiro e obtidos pelo Metrópoles mostram que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) recebeu o montante de R$ 60 mil depositado por membros da equipe de Mauro Cid, então ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os depósitos foram feitos de forma fracionada e em dinheiro, ao longo de 11 dias distribuídos em oito meses do ano passado.

O colunista do Metrópoles Rodrigo Rangel revelou, com exclusividade, que o Palácio do Planalto tinha uma espécie de caixa dois. A reportagem mostrava que havia uma estrutura, no Planalto, sob comando de Cid, que cuidava de pagar, muitas vezes em dinheiro vivo e na boca do caixa, despesas do clã presidencial. Entre esses pagamentos havia até faturas de um cartão de crédito que uma amiga de Michelle emprestava à então primeira-dama.

Provas ligam Michelle Bolsonaro a suspeita de caixa 2 no Palácio

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Jair Bolsonaro e Michelle
Bolsonaro e seu ajudante de ordens à época do governo
Mauro Cid mudou estratégia de defesa e contou o que sabe à PF
Mauro Cid estava preso no batalhão da Polícia do Exército
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Natural de Ceilândia, no Distrito Federal, Michelle cresceu na QNN 3, a 37 quilômetros do Palácio da Alvorada. Filha de um motorista de ônibus e de uma cabeleireira, foi criada pela mãe e pelas tias maternas. O pai saiu de casa quando Michelle ainda era criança

Daniel Ferreira/Metrópoles
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Jair Bolsonaro e Michelle

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Bolsonaro e seu ajudante de ordens à época do governo

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Mauro Cid mudou estratégia de defesa e contou o que sabe à PF

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Mauro Cid estava preso no batalhão da Polícia do Exército

Hugo Barreto/Metrópoles

Em uma atividade similar, os novos depósitos foram realizados por auxiliares do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, durante os meses de janeiro, fevereiro, março, abril, junho, julho, agosto e dezembro na conta da ex-primeira-dama.

Valores

A primeira transferência para conta de Michelle aconteceu em 10 de janeiro de 2022, quando a então primeira-dama recebeu um depósito de R$ 6 mil.

Em 21 de janeiro, foram dois depósitos de 150 e um de 4.800, totalizando R$ 5 mil.

Já em 10 de fevereiro, Michelle Bolsonaro recebeu oito depósitos, que, juntos, somam R$ 7.700. O agente da equipe de Mauro Cid transferiu para a conta da ex-primeira-dama seis depósitos de R$ 1 mil, um de R$ 900 e outro de R$ 800, todos em dinheiro. Veja os comprovantes:

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Um mês depois, em 10 de março, Michelle recebeu mais oito depósitos, que, somados, chegam ao montante de R$ 7 mil.

Em 6 de abril, um dos integrantes da equipe de Mauro Cid realizou dois depósitos no valor de R$ 1 mil cada para a conta de Michelle Bolsonaro. Logo depois, em 11 de abril, a ex-primeira-dama recebeu quatro depósitos, três de R$ 2 mil e um de R$ 500, que, somados, chegam a R$ 6.500.

Outros quatro depósitos de R$ 1 mil e um de R$ 800 foram feitos na conta de Michelle Bolsonaro em 7 de junho de 2022; juntos chegam a R$ 4.800.

Em 12 de julho, a então primeira-dama recebeu seis depósitos no valor de R$ 1 mil cada, totalizando R$ 6 mil.

Quase um mês depois, em 11 de agosto, Michelle Bolsonaro recebe quatro depósitos de R$ 1,5 mil em sua conta; somados, os valores chegam a R$ 6 mil. Em seguida, em 19 de agosto, a ex-primeira-dama recebeu dois depósitos no valor de R$ 1 mil, somando R$ 2 mil.

O último depósito na conta de Michelle aconteceu em 11 de dezembro, quando ela recebeu o total de R$ 7 mil, com dois depósitos de R$ 2 mil, um de R$ 1,1 mil e mais um de R$ 1,9 mil.

Ao todo, a ex-primeira-dama recebeu 45 depósitos de quantias inferiores a R$ 6 mil, ao longo do ano passado.

Depósitos fracionados e em pequenos valores são utilizados normalmente para evitar o rastreio de autoridades financeiras, como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), por atividade suspeita. A medida é usada na tentativa de dissimular o valor total das transações.

Outro lado

O Metrópoles procurou a assessoria de Michelle Bolsonaro para se posicionar a respeito do assunto, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto. A reportagem também entrou em contato com a defesa do ex-presidente Bolsonaro, mas não obteve resposta. O espaço também segue aberto.

Também não foi possível contato com a defesa do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

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