No momento em que o aumento do preço dos combustíveis provoca indignação da população, 48,6% dos eleitores do Distrito Federal são contra a venda da Petrobras, segundo pesquisa Metrópoles/Ideia.
Entre os entrevistados, 42,9% responderam que concordam com a privatização da estatal. Como a margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, os índices indicam empate técnico.
De acordo com o levantamento, 8,5% do eleitorado afirma que não sabe se aprova ou reprova a venda da empresa.
Veja o resultado:
O doutor em sociologia pela Universidade de Brasília (UnB) Antonio Testa disse que a alta sucessiva dos preços mexe com o humor dos consumidores, que tendem a enxergar a venda da Petrobras como uma solução.
“Nada garante que a privatização vai diminuir os valores dos combustíveis. É a política de preços o cerne do problema. Essa empresa está no imaginário popular como uma empresa brasileira; isso só é parcialmente verdade. Quem a controla de fato são os acionistas. O governo poderia influenciar, sim. Mas a um custo político e jurídico alto”, afirmou Testa.
O presidente do Instituto Ideia e professor de estatística da Universidade George Washington, Maurício Moura, avaliou que o índice da população brasiliense que apoia a privatização da Petrobras reflete a opinião pública construída nos últimos anos. “O sentido favorável à privatização aumentou ao longo dos anos com os escândalos de corrupção e a instabilidade que a política gera”, pontuou.
Entenda como funciona a política de preço da Petrobras:
Privatização
O governo federal estuda modelo viável para a privatização da Petrobras. Em maio deste ano, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que recebeu a solicitação para desestatização da Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA) e que dará sequência tanto aos estudos de privatização da PSSA quanto aos referentes à Petrobras.
Porém, no último dia 6 de junho, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que dificilmente a privatização será implementada, e acusou a estatal de ter “ganância enorme” e margem de lucro “exagerada”.
A Petrobras está sem presidente desde 20 de junho, quando José Mauro Coelho pediu demissão. Bolsonaro indicou Caio Mario Paes de Andrade para o cargo. O nome ainda precisa ser aprovado internamente.
Pesquisa
O Metrópoles divulgará uma série de pesquisas eleitorais encomendadas pelo portal ao Instituto Ideia. Os levantamentos para aferir a preferência do eleitorado brasiliense serão publicados até a véspera do segundo turno.
Foram entrevistadas 1.200 pessoas na faixa etária de 16 anos ou mais, com Título de Eleitor, em todas as regiões administrativas do Distrito Federal, entre os dias 16 e 21 de junho.
A pesquisa quantitativa foi realizada com aplicação de questionário estruturado, por meio de inquérito telefônico, com plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução e nível econômico do entrevistado.
A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%.
A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número DF-04171/2022 e BR-09578/2022.
