A quatro dias do segundo turno, os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) abriram as agendas nesta quarta-feira (26/10) com declarações otimistas sobre os resultados das urnas no próximo domingo (30).
O petista participou de sabatina virtual com uma rádio de Manaus, enquanto o presidente esteve no quinto ato de campanha em Minas Gerais.
Bolsonaro convocou os eleitores brasileiros para a “virada”, e defendeu que os eleitores mineiros já viraram votos a seu favor. Lula, por sua vez, defendeu que as eleições deste ano são “anormais”, em razão do perfil do adversário, que, segundo ele, é um candidato “anormal” que “estimula o ódio”.
No próximo domingo (30), mais de 156 milhões de eleitores irão às urnas decidir o novo presidente da República. Na reta final, os dois postulantes devem se voltar às emoções dos eleitores em uma das disputas mais acirradas da história brasileira. A expectativa é de que eles foquem em passar a seus apoiadores a esperança de vitória e estimular, cada vez mais, o medo do adversário.
Estado estratégico
Bolsonaro desembarcou, pela quinta vez na campanha, em Minas Gerais, por volta das 8h desta quarta. Em discurso no aeroporto de Governador Valadares, ele resgatou o atentado à faca sofrido em Juiz de Fora em setembro de 2018:
“E dizer que em Juiz de Fora eu tenho a lembrança do meu renascimento. Sou mineiro também, uai. Eu sou mineiro, uai. Vamos para a virada, Minas já virou. O bem vai derrotar o mal novamente”.
Bolsonaro disse que o comício na cidade não estava programado, mas na noite de terça-feira (25/10) ele divulgou um vídeo convidando os moradores de Governador Valadares para o evento.
O segundo maior colégio eleitoral do país é visto como estratégico por ambas as campanhas. Historicamente, desde a redemocratização do país, os candidatos que venceram no estado foram eleitos para a Presidência da República.
Cenário fora da curva
Lula conversou esta manhã com eleitores de Manaus (AM), à convite da rádio Mix FM da capital amazonense. Questionado sobre a polarização política, ele falou sobre o contexto do pleito deste ano e disse que trata-se de uma “eleição anormal”. O petista ainda fez críticas ao governo do adversário Bolsonaro, que disputa a reeleição.
“Estamos em uma eleição anormal porque temos um cidadão anormal governando esse país. Esse cidadão diz que é para queimar, desmatar, que não é para proteger a floresta. Além disso, ele criou um determinado ódio nesse país que não existia em todas as eleições passadas”, falou o ex-presidente.
O candidato afirmou que, este ano, mais do que um voto em um candidato ou em um partido, a população brasileira vai votar para defender um estado democrático.
“O povo vai votar para ficar a democracia, para esse país continuar sendo civilizado; ou o povo vai votar na barbárie que é o governo do presidente Bolsonaro. O povo vai decidir soberanamente, e o que decidir, todo mundo vai acatar, porque nunca duvidamos da urna eletrônica”, finalizou.
