Usadas desde 1996, as urnas eletrônicas receberam elogios do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, que defendeu a eficiência e a segurança das máquinas.
Ao fazer um balanço parcial da votação deste domingo (15/11), o ministro contemporizou a desconfiança sobre os equipamentos. “O Brasil é um país tão singular que até quem ganha reclama de fraude”, ponderou.
O ministro ressaltou a longevidade da credibilidade das urnas citando a reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o primeiro a usar o mecanismo, e as eleições sucessoras de Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro.
O atual chefe do Executivo, apesar de ter vencido o pleito em 2018, aventou a possibilidade de fraude. Segundo Bolsonaro, se não houvesse a suposta fraude, ele teria vencido em primeiro turno.
Problemas
Neste domingo, 1.700 urnas foram substituídas por apresentarem problemas. Barroso considerou o número baixo e comemorou a capacidade do TSE de substituir os equipamentos e de não ter sido necessário o uso de cédulas de papel na votação.
O ministro explicou que quando a votação é iniciada, é impressa a zerésima — documento que mostra que na urna não tem nenhum voto registrado. Ao chegar ao final, uma lista com a quantidade de voto é impressa novamente. O resultado é distribuído a lideranças partidárias e afixada na entrada da seção.
“Quando a eleição é encerrada, já há o resultado. Depois, isso é enviado por uma rede interna e encaminhado ao TSE. Temos as expectativa que não terá problemas, mas os resultados estão salvos e resguardados”, concluiu, ao dizer que o tráfego de informações por sofrer atrasos, mas sem comprometer o resultado.
Ele ainda explicou que a transmissão das informações é feita por um sistema interno do TSE e que, necessariamente, não utiliza a internet para o envio dos resultados. Isso traria segurança ao processo.
Mudanças
O tribunal estuda formas de baratear e modernizar as eleições. “É um projeto que lançamos paras as empresas de tecnologia apresentem novos modelos que possam no futuro substituir a urna eletrônica. As urnas têm um custo elevado e a cada dois anos precisamos repôr 20% das urnas”, explicou.
Segundo o presidente do TSE, a manutenção e a troca das urnas custa, em média, R$ 1 bilhão. “A licitação a cada dois é um processo tormentoso”, frisou.
Pela manhã, Barroso conheceu quatro modelos em Valparaíso de Goiás, município distante 38km de Brasília. “Se tiver um modelo eficiente e factível, iremos estudar”. O processo de troca, segundo ele, será gradual. “Não se muda nada de uma vez”, frisou.
Balanço
O balanço parcial do 1º turno das eleições mostra que o TSE registou 252 ocorrências. Ao todo, 30 candidatos e 36 eleitores foram presos.
O primeiro turno das eleições ocorre neste domingo. O segundo turno, onde houver, será em 29 de novembro. O período de votação é sempre das 7h às 17h, horário local.