Alckmin muda de opinião sobre privatização da Petrobras

Em sabatina no Metrópoles, candidato disse que não privatizaria a estatal. Em fevereiro, afirmou que era “totalmente favorável” à ideia

atualizado 27/06/2018 9:40

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Geraldo Alckmin. Foto: Michael Melo/Metrópoles Michael Melo/Metrópoles

Pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin participou de sabatina realizada pelo Metrópoles na última quarta-feira (20). Durante a entrevista, falou sobre economia e votações anteriores. Chamou atenção, no entanto, o fato de ter mudado de opinião com relação a uma possível privatização da Petrobras. Veja a checagem a seguir:

“Não vou [privatizar a Petrobras]. A pesquisa, produção e prospecção de petróleo devem continuar com a Petrobras. Não vou privatizar a Petrobras. O que eu vou privatizar é a distribuição, transporte e quebrar o monopólio na prática do refino”
Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência pelo PSDB, durante sabatina realizada pelo Metrópoles, no dia 20 de junho de 2018.

A atual posição de Alckmin difere da que ele apresentou publicamente no início deste ano. Em encontro realizado no dia 7 de fevereiro de 2018 na Câmara Brasileira de Indústria e Comércio, em Brasília, Alckmin disse o seguinte: “Inúmeras áreas da Petrobrás que não são o core, o centro objetivo principal, tudo isso pode ser privatizado. E, se tivermos um bom marco regulatório, você pode até no futuro privatizar tudo. Sem nenhum problema” (veja aqui e aqui).

No dia 25 do mesmo mês, em entrevista ao Canal Livre, da TV Bandeirantes, Alckmin voltou a falar sobre o assunto. Ao ser perguntado “se a Petrobras é uma empresa que poderia ser privatizada”, respondeu o seguinte: “Eu sou favorável”, destacando apenas que seria necessário discutir a modelagem. “Acho que o estado não deve ser um estado empresário”, complementou.

Procurado para comentar esta checagem, Alckmin, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que “defende e sempre defendeu a redução do tamanho do estado” e que “não houve, portanto, mudança de opinião”. “Nem em fevereiro nem em junho, Alckmin tratou a questão como plano de governo”, diz a nota.

“Em São Paulo, fiz um ajuste, e nós tivemos um superávit de R$ 5,5 bilhões no ano passado”
Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência pelo PSDB, durante sabatina realizada pelo portal Metrópoles, no dia 20 de junho de 2018.

De acordo com o relatório “Situação Econômico-Financeira do Governo do Estado de São Paulo”, disponível no site da Secretaria de Fazenda, o estado teve um superávit primário de R$ 5,35 bilhões em 2017 – R$ 150 milhões a menos do que disse Alckmin. Esse total é a diferença positiva entre o que o governo arrecadou e o que gastou, excetuando as despesas com pagamentos de juros.

Ainda vale destacar que, ao longo deste mandato, Alckmin reduziu os investimentos com relação ao mandato anterior. Em 2017, a administração investiu 9,56% da receita corrente líquida em obras de infraestrutura, transporte e meio ambiente, dentre outras. O valor é maior do que os 8,76% de 2016, mas menor do que os 12,52% de 2014.

Em números totais, isso significa que o governo de São Paulo saiu de R$ 21 bilhões em investimentos em 2014 para R$ 17,3 bilhões em 2017. Veja no gráfico a oscilação:

[infogram id=”ed8749de-aff0-44fc-a3cf-ff9744261749″ prefix=”mTb” format=”interactive” title=”São Paulo”]

O Tribunal de Contas de São Paulo examinará os números do governo na quinta-feira (28).

Em nota, Alckmin informou que o “Brasil viveu uma profunda recessão entre 2014 e 2017” e que São Paulo “cortou gastos para manter os investimentos”.

“Eu, que perdi as eleições de 2006 para o Lula, tive 40 milhões de votos, praticamente”
Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência pelo PSDB, durante sabatina realizada pelo portal Metrópoles, no dia 20 de junho de 2018.

No primeiro turno das eleições de 2006, quando concorreu à Presidência, Geraldo Alckmin recebeu 39.968.369 votos e isso o credenciou a disputar o segundo turno contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tentava a reeleição. No segundo turno, o tucano teve 2,4 milhões de votos a menos. Terminou a disputa com: 37.543.178.

“Há uma semana da eleição [no Tocantins], quem estava em primeiro e segundo lugares não foi para o segundo turno. O terceiro e o quarto foram”
Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência pelo PSDB, durante sabatina realizada pelo portal Metrópoles, no dia 20 de junho de 2018.

No último domingo (24), Mauro Carlesse (PHS) derrotou o senador Vicentinho Alves (PR) e foi eleito, em segundo turno, governador do Tocantins com 75% dos votos válidos. Carlesse vai ocupar o cargo até o fim deste ano. Na última pesquisa de intenção de voto registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) antes do primeiro turno – ocorrido em 4 de junho -, os dois apareciam atrás de Carlos Amastha (PSB), que acabou ficando fora da disputa. Em abril, o TSE determinou a cassação da chapa vencedora em 2014 no Tocantins, formada por Marcelo Miranda (MDB) e Cláudia Lélis (PV), por uso de recursos ilícitos na campanha.

Alckmin usou o exemplo do Tocantins em alusão a seu próprio desempenho nas pesquisas de intenção de voto. Segundo o levantamento mais recente do Datafolha, divulgado no começo de junho, o tucano está em quarto lugar na corrida à Presidência: tem 6% das intenções de voto, numericamente empatado com Ciro Gomes (PDT).

Nesse cenário, o ex-presidente Lula (PT) lidera e é seguido por Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede). No cenário sem Lula, quem lidera é Bolsonaro, seguido por Marina, Ciro e Alckmin – na quarta posição, com 7% das intenções de voto.

Reportagem: Leandro Resende
Edição: Cris Tardáguila e Natália Leal

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