O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) alterou, nesta quinta-feira (28/1), o gabarito de uma das questões do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) de 2020. A mudança aconteceu após alguns candidatos apontarem racismo na alternativa até então indicada como correta.
A questão traz uma passagem do romance “Americanah”, de 2013, da escritora e pensadora feminista negra Chimamanda Ngozi Adichie, reconhecida por abordar temas como a resistência negra e o preconceito.
Na avaliação, o trecho apresenta o diálogo de uma cabeleireira com uma das personagens sobre a possibilidade de ela alisar o cabelo. “Eu gosto do meu cabelo do jeito que Deus fez”, foi a resposta.
A partir da questão, o Inep perguntou aos estudantes quais argumentos sustentam o posicionamento da personagem ao reforçar o desejo de manter o seu cabelo natural. O susto veio aí, na hora da correção.
De acordo com o gabarito oficial, a resposta certa era a letra D: os argumentos “demonstram uma postura de imaturidade”. Já os gabaritos extraoficiais indicavam como certa a letra C: “revelam uma atitude de resistência”.
Nesta quinta, o Inep aderiu à resposta do gabarito extraoficial, indicando a letra C como alternativa correta.
“A autarquia verificou que uma modificação feita no gabarito após o retorno das provas para o Inep não foi salva no banco de dados. Em função disso, a área técnica providenciou uma revisão no material e o instituto já disponibilizou as versões corrigidas no seu portal”, explicou o Inep em nota.
