De máscara, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participa nesta segunda-feira (24/5) da posse do novo presidente do Equador, Guillermo Lasso. Bolsonaro chegou à Assembleia Nacional do Equador, local da cerimônia, usando a proteção facial. Ele está acompanhado do chanceler brasileiro, Carlos Alberto Franco França.
No domingo (23/5), Bolsonaro participou de um ato pró-governo no Rio de Janeiro e dispensou o equipamento durante todo o transcorrer do evento. Ele chegou à capital do Equador na noite de domingo.
Os presidentes do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou; do Chile, Sebastián Piñera; e da Colômbia, Iván Duque; e o rei da Espanha, Felipe VI, também estão em Quito para a posse de Lasso.
Após a cerimônia, Bolsonaro participa de almoço em homenagem aos chefes de Estado e de governo. Ele volta ao Brasil no fim do dia, onde só terá agendas oficiais no Palácio do Planalto na terça-feira (25/5).
Essa é a primeira viagem internacional do chefe do Executivo desde o início da pandemia, em março de 2020. Poucos dias antes da decretação do estado de calamidade pública, o presidente tinha ido aos Estados Unidos, ocasião em que participou de jantar com o ex-presidente Donald Trump, em Mar-a-Lago, na Flórida.
Ao regressar ao Brasil, o então secretário de Comunicação Fabio Wajngarten foi diagnosticado com Covid-19. Ele foi uma das primeiras autoridades brasileiras a contrair o vírus.
Equador sob novo comando
O ex-banqueiro e candidato da direita Guillermo Lasso venceu o adversário Andrés Arauz na disputa de segundo turno em 11 de abril, com 52% dos votos dos quase 9 milhões de eleitores equatorianos que compareceram às urnas. De esquerda, Arauz era apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa.
Bolsonaro prontamente cumprimentou Lasso pela vitória. A saudação antecipada contrasta com cumprimentos realizados tardiamente a chefes eleitos democraticamente, porém, com perfis mais progressistas.
“Cumprimento @LassoGuillermo por sua vitória nas eleições presidenciais no Equador. Estou certo de que estreitaremos ainda mais os laços que unem nossas nações e trabalharemos pela liberdade em nossa região“, escreveu Bolsonaro no Twitter logo após o resultado. “Felicidades ao povo equatoriano e sucesso ao presidente eleito!”.
No primeiro turno, em fevereiro, Arauz tinha ficado em primeiro lugar, com 32,7%, contra 19,74% de Lasso e 19,39% do advogado Yaku Pérez, candidato do movimento indígena Pachakutik. Pérez chegou a alegar fraude, pedindo uma recontagem da maior parte dos votos, o que foi negado pelo Conselho Eleitoral.
Apesar da vitória de virada, a coalizão de Lasso ganhou apenas 31 cadeiras no Congresso, enquanto a Aliança União pela Esperança, de Arauz, tem 49. A Esquerda Democrática, do ex-candidato presidencial Xavier Hervas, elegeu 18 deputados.
Crise econômica
Guillermo Lasso substituirá Lenín Moreno, que deixa o cargo sob críticas pela gestão da pandemia do coronavírus e os efeitos que a crise provocou na economia do país. Conservador, ele representa a direita tradicional do Equador e conta com o apoio de empresários.
O país está mergulhado em uma grave crise econômica – em 2020, o PIB despencou 8,9% – e sanitária – os casos de infecção por Covid-19 atingiram 417 mil, e os óbitos, 20.107.