Davati tentou vender vacinas a cidades do Paraná; negociação desandou

AstraZeneca afirmou, no entanto, não usar intermediários para tratar de vacinas contra a Covid-19

atualizado 01/07/2021 15:45

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Vacina AstraZeneca Jaap Arriens/NurPhoto via Getty Images

O Consórcio Paraná Saúde – formado por 398 dos 399 municípios do estado do Paraná – também tentou adquirir vacinas por meio da Davati Medical Supply, mas a negociação não avançou.

Documentos mostram que no dia 9 de março deste ano o consórcio demonstrou o interesse em adquirir 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, com a possibilidade de adquirir mais 17 milhões depois.

No e-mail enviado, o consórcio afirma que as doses seriam usadas para imunização da população do estado, e que aguardaria a oferta da suposta distribuidora de vacinas e a documentação que comprovaria a capacidade da Devati em entregar a mercadoria, para decidir sobre a compra.
E-mail enviado pelo Consórcio Paraná Saúde para mostrar intenção de negocioação com a empresa Davati Medical Supply
E-mail enviado pelo Consórcio Paraná Saúde para mostrar intenção de negociação com a empresa Davati Medical Supply

As tratativas, no entanto, não prosperaram. Segundo o consórcio, a proposta, assim como outras feitas para aquisição de vacinas, não foram fechadas. Em nota enviado ao Metrópoles, o consórcio afirmou que os motivos foram a “inviabilidade de entrega” e a “impossibilidade de exclusividade de compras por estados e municípios”.

Uma das causas da inviabilidade de entrega, segundo o consórcio, veio da resposta do CEO da Davati, Cristiano Alberto Carvalho. Em 26 de abril, Cristiano enviou e-mail alegando que estaria tratando sobre a compra junto a embaixada da Índia, porém não conseguiria, naquele momento, falar sobre os valores da aquisição, pois o país atravessava mais um período de lockdown imposto pelo governo local.
E-mail enviado por CEO da Davati, Cristiano Alberto Carvalho ao Consórcio Paraná Saúde
E-mail enviado por CEO da Davati, Cristiano Alberto Carvalho ao Consórcio Paraná Saúde

Vale lembrar que as negociações feitas pela Davati estão sob suspeitas após o próprio laboratório ter confirmado não utilizar intermediários para tratar de vacinas contra a Covid-19.

O contato inicial teria sido feito por um representante chamado Paulo Ignácio, que se colocou como representante da Davati e apresentou um material institucional com preço de U$3,50 por dose de vacina ao consórcio. Não houve, entrettanto, uma proposta oficial, segundo a nota.

Ao Metrópoles, a AstraZeneca afirmou que “não disponibiliza a vacina por meio do mercado privado ou trabalha com qualquer intermediário no Brasil. Todos os convênios são realizados diretamente via Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e governo federal”.

Além do e-mail de Cristiano, o Consórcio Paraná Saúde informou que a negociação não foi adiante graças a exclusividade de compras pelo Ministério da Saúde, centralizador das aquisições de vacinas no país. Na resposta, o consórcio cita nota do site da AstraZeneca, onde o laboratório afirma que todas as tratativas eram feitas com governos e organizações multilaterais (como a Covas Facility) e que não era possível “disponibilizar vacinas para o mercado privado ou para governos municipais e estaduais no Brasil”.

O cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti Pereira se diz representante da Davati no Brasil. Ele afirma ter recebido pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde para aquisição de vacinas. A CPI da Covid ouve o PM nesta quinta-feira (1º/7). Acompanhe aqui.

Leia a íntegra da nota enviada pelo Consórcio Paraná Saúde:

“Boa tarde !

O Consórcio Paraná Saúde informa que diante da necessidade de ampliação da vacinação no Estado apresentou cartas de intenções para diversos laboratórios/fornecedores.

As propostas foram em caráter consultivo, considerando valores de mercado e possibilidade de entrega. Nenhuma tratativa avançou, tampouco houve qualquer formalização de compra de vacinas por parte do Consórcio Paraná Saúde, inclusive com a informação da inviabilidade de entrega, da impossibilidade de exclusividade de compras por estados e municípios ou agentes privados, uma vez que o Ministério da Saúde é o agente centralizador destas aquisições.

Após este retorno (anexo) e consultarmos a site https://www.astrazeneca.com.br/, não houveram mais tratativas, considerando a mensagem na página principal da Astrazeneca Brasil, a qual reproduzimos abaixo :

Posicionamento AstraZeneca sobre a venda da vacina no mercado privado e para governos municipais e estaduais

Nos últimos meses, trabalhamos incansavelmente para cumprir o nosso compromisso de acesso amplo e equitativo no fornecimento da vacina para o maior número possível de países ao redor do mundo.

No momento, todas as doses da vacina estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais ao redor do mundo, incluindo da Covax Facility, não sendo possível disponibilizar vacinas para o mercado privado ou para governos municipais e estaduais no Brasil.”

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